domingo, 26 de fevereiro de 2012
Birra e boliche
A fragment of the film the Big Lebowski (Joel & Ethan Coen, 1998)
Music of this scene: "Hotel California"
Written by Don Henley, Glenn Frey and Don Felder
Performed by Gipsy Kings (as The Gipsy Kings)
Nossos amigos da Bahia vieram nos visitar durante o carnaval e fizemos alguns programas diferentes. Um dos mais divertidos foi uma noite no boliche. No Carnaval o boliche tem preços promocionais e cobra a metade do preço por pessoa. Isso é bacana porque criança paga meia, o que reduz a entrada para um quarto do preço, o que considero sensacional nesses tempos de crise na Europa e nos EUA. Aqui não, só temos marolinha, nossos campos têm mais vida e mais flores.
Desde que as crianças nasceram, logística é uma das minhas principais preocupações. Locomover quatro adultos e quatro crianças pode ser uma tarefa complicada, especialmente se uma das crianças ficar emburrada ou se todas as crianças quiserem ir no mesmo carro, por exemplo. Quatro crianças dividindo o banco traseiro dá confusão porque os carros só têm três cintos de segurança, é arriscado. As autoridades policiais são rigorosas por aqui, especialmente se você for um non-VIP, como eu. No Brasil, o cidadão comum sempre paga o pato do privilégio vassalar concedido irracionalmente a quem deveria servir de exemplo mas quase sempre é um fiasco. Por outro lado, três é o número exato. O problema é que criança nenhuma quer ficar sozinha num carro cheio de adultos.
Naturalmente eu pensava nessas coisas antes de irmos para o boliche, porque se sair de casa com duas crianças é complicado, imagine com quatro. Pensava numa maneira de convencer a minha filha a ir no carro só de adultos, já que três meninos, teoricamente, interagem com mais afinidade, todos gostam de rock´n´roll, futebol e trocar socos, seria só uma questão de colocar o som bem alto e vetar golpes baixos.
Estava decidido a bancar um sorvete de baunilha exclusivo para a menina quando aconteceu a birra. Pensando bem, deveriam criar uma palavra nova para aquele espetáculo. Minha nossa! Um dos meninos visitantes cismou de escolher o próprio vestuário e destravou as chorumelas. O que era aquilo? Só me lembro de ter visto uma birra igual quando era criança e minha irmã mais nova não queria usar um vestido cor-de-rosa. Ela esperneou, esbravejou, gritou, se esgoelou, se jogou no chão, se esparramou e teria feito mais coisas se a minha mãe não tivesse apelado e colocado a menina debaixo do chuveiro frio. Ela se acalmou, até porque precisava parar de gritar para respirar debaixo do chuveiro.
Sou um cara antiquado, mas percebi que nos dias de hoje não é adequado sugerir que coloquem uma criança debaixo do chuveiro para cortar uma birra. Fiquei observando a cena à distância, com as outras crianças, puxando assuntos diferentes para evitar contágio. Sim, birra não é um negócio contagioso, mas aquilo, meu amigo, era tão grande que poderia se espalhar, nunca se sabe.
Entretanto, o berreiro facilitou a logística. As crianças não embirradas também ficaram impressionadas e entraram juntas no carro. Elas permaneceram em silêncio até chegarmos ao boliche, nem precisei usar o rock´n´roll. No outro carro, minha mulher levou o pequeno gritador e o pai da criança. Nessa hora, todo mundo sabe, quem pariu Mateus que o embale, diz o ditado.
Ao chegarmos no boliche, o milagre aconteceu, a birra já havia passado e fomos nos divertir. Sou um jogador medíocre, ruim mesmo. Fui derrotado , com folga, por dois meninos de oito anos de idade. Quase dei birra.
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3 comentários:
Careca,
Esses dias revi "O grande Lebowski".
Duca.
E o cara parece um de nossos amigos.
Careca,
Esses dias assisti "O grande Lebowski" novamente... duca.
E o cara parece um amigo nosso.
Peve,
parece mesmo.
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