domingo, 7 de dezembro de 2008
Uma capa para Umberto Eco
No início de julho eu enchi de estantes as paredes da varanda de casa. É o meu escritório em casa, onde eu teclo para esse blog. Está lotado de coisas, mas existe uma porção de badulaques que eu preciso jogar fora, ou colocar no armário da garagem. A verdade é que estou precisando de mais estantes, mas não há mais lugar.
Já estou com filas duplas na estante do quarto e continuo a comprar livros. E a ganhar livros. E a receber de volta livros que havia emprestado há tempos. Hoje mesmo o meu sogro me devolveu Baudolino, do Umberto Eco. É um livrão legal, mas sem aquela mágica do “Pêndulo de Foucault” ou de “O Nome da Rosa”. E o pai da minha mulher confessou que não leu inteiro. E disse isso com um ar meio culpado, como se precisasse me pedir desculpas por não ter conseguido ler um livro recomendado e emprestado por mim. É muito humilde e gentil o pai da minha mulher. Prezo muito ele.
Ele me devolveu o livro encapado, o que achei o máximo. Arrumou uma caixa de papelão, tipo envelope, e colocou o livro ali dentro. Na borda, ele fez um chanfrado, recortou uma veneziana e colocou um plástico transparente. É engenhoso, porque o recorte permite ler o nome do livro e o autor. Dessa maneira, o livro fica super conservado. Na verdade, parecia mais novo do que quando emprestei.
Ao guardar esse livro percebi que já não há mais espaço na estante do quarto. E também na estante do escritório. Aliás, está passando da hora de arrumar essa minha bagunça. No dia 24 de dezembro estarei de recesso. Como só voltarei ao trabalho no ano de 2009, vai dar tempo de arrumar algumas coisas.
Por via das dúvidas, dei uma conferida no meu estoque de prateleiras. E ainda tenho uma porção de sobressalentes. Quando me der na telha, vou colocar uma porção delas nas paredes.
O ideal seria uma estante que fosse do teto ao chão. Que exigisse alongamentos e flexões.
Fico pensando na melhor maneira de organizar a estante. Por autor? Não, quando eu leio vários livros de um mesmo autor, em seqüência, acabo ficando meses ou anos sem voltar a ele. Fico cansado, enjoado do sujeito. Por editora? Parece legal, mas acaba ficando uma estante com cara de livraria. Por título? Essa é a pior maneira. É como organizar discos por ordem alfabética.
Acho que a melhor estante é a organizada por afinidade. Os livros que releio pouco, mais distantes. Os que só folheei, deixarei longe, no alto. Os que me entediaram, embaixo, nos cantos. Os que me alegraram, à meia distância, em plano americano, ao alcance da mão. E, afinal, os livros que mais gosto, os que estou sempre relendo: esses eu deixarei à altura dos olhos. Às vezes, só uma olhadela na lombada do livro já é suficiente para me fazer bem.
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8 comentários:
Um dia chego lá, nessa de colocar estante do chão ao teto. Minha humilde biblioteca tá crescendo aos poucos...
Queria saber qual o seu segredo para receber de volta os livros emprestados...
Os meus nunca voltam...
Quando me pedem, estou pensando em começar a doá-los, pois aí não fico com esperanças!
Rodrigo, a minha parede é que é estreita.
Mwho, meu segredo se chama pressão psicológica caradura. Chego perto de quem já emprestei livro e começo a falar de livros emprestados até o cara se tocar. Só não funciona com o Cabeça...
O careca!
Tu já mandou cortar as unhas desse tal de cabeça?
Mico Jegue
Mico, começa a ficar chato. Mas vamos lá. Tanto interesse em unhas: Quem te encravou não te encrava mais? Você é manicure? Pedicure? Jeguecure? O Jegue sabe que você comenta? Ou você engole?
Só você pra receber de volta,livro emprestado.
Anunciação, e ainda por cima com uma capa super-legal. :)
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