terça-feira, 9 de dezembro de 2008
“Slow Blogging”
Achei essa ilustração do Movimento “Slow Blogging” no
http://ascoresdomeucaminho.wordpress.com/ . Nos finais de semana eu queria ser bem “Slow Blogging”. Mas não dá tempo. Durante a semana, sou o contrário. O mais extraordinário é que às vezes escrevo às carreiras uns textos que eu mesmo considero legais. Aí ninguém comenta. O que é sinal de que ninguém gostou, não houve empatia nenhuma e por isso nenhum ser humano se deu ao trabalho de comentar. Tudo isso prova que o ser humano sabe muito pouca coisa sobre qualquer coisa, inclusive sobre blogs.
A última do meu irmão
Ele sempre foi brincalhão. Uma vez, aos sete anos, depois de ler o Manual do Escoteiro-Mirim dos sobrinhos do Donald, resolveu fazer uma armadilha com um balde de água numa porta de banheiro. A vítima foi o meu pai, que se molhou todo. Desde aquele tempo, ele não parou mais de aprontar. Para chatear as minhas irmãs, ele comia os bombons e deixava só o papel de embrulho, todo armado. Os bombons eram presentes caros de namorados. Os bombons furtados eram muito mais saborosos, é claro. Para me deixar maluco, ele fazia barulhinhos com fio-dental antes que eu dormisse, “téim!téim”! Por isso, eu adivinhei logo quando minha mãe atendeu ao telefone e perguntou, em tom de galhofa:
_Ligou para pedir desculpas? – e ela logo mudou de assunto ao perceber que era eu, o Careca, ao invés do meu irmão, que tem cabelos.
Terminei a conversa rapidamente para investigar essa história de desculpas.
Converso com o meu irmão e desencavo a história inteira. Ele continua a atazanar minha mãe até hoje. Faz cócegas nela. Pega para dançar no meio da cozinha. Arremeda e implica com as coisas que ela diz. E também a mima e agrada, do jeito que só ele sabe agradar. E ela adora as brincadeiras do meu irmão.
Meu irmão conta que descobriu a lista de presentes de Natal da minha mãe. Olhou, comparou com os presentes que eu e minhas duas irmãs, os nove netos e o meu pai estaríamos recebendo. Achou o presente dele muito chinfrim. Riscou. E escreveu um outro presente na lista, super-legal e caro. Minha mãe só descobriu a alteração na lista dois dias depois, durante uma tarde de compras de Natal. Daí a pergunta sobre o pedido de desculpas. Ela havia ligado para ele fingindo uma grande indignação pela violação da privacidade de uma lista de presentes totalmente particular.
_E o meu presente? É legal? - eu perguntei.
_Mais ou menos, quer dizer, em comparação com o meu, o seu presente é bem modesto - ele respondeu.
É só para me deixar com ciúmes, como sempre fez. Finjo que nem ligo.
_Deve ser o pacote para colocar as chaves debaixo da árvore. O presente de verdade é tão grande e zero quilômetro que não dá para embrulhar - eu digo, para provocar.
_Zero quilômetro? Só se o odômetro tiver rodado duas vezes...
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8 comentários:
Careca, eu sou igual a seu irmão ehhehe
Adoro seu irmão.
Não se preocupe quanto aos comentários, os textos que eu mais gosto são os que ninguem comenta
MAS
Se eu escrever qualquer coisa do tipo "Chimpanzé embreagado rouba pistola de vigia e foge do zoológico", é festa.
beijas
Talvez seu presente seja um livro e, dependendo do livro, pra você, pode valer muito mais do que seu irmão imagina...
Tenho que discordar, Careca.
Muitas vezes eu acho o texto legal, muito legal aliás, mas na hora de comentar eu travo. Não tem nada a ver com o fato de eu não gostar do texto.
Quantas vezes vim aqui nessa caixinha de cometários e depois de teclar acabava achando que o meu comentário tava pobre...
Principalmente depois de um texto bacana eu não quero vir aqui e soltar um comentário tosco.
Também tem aquelas vezes em que eu não entendi patavina do que vc quiz dizer e daí melhor fazer cara de samabaia né.
Mas isso nunca me impediu de voltar aqui no dia seguinte.
Sunflower, é fantástico, todo mundo adora o meu irmão. Ainda vou escrever sobre isso.
Mwho, passou longe. Meu irmão é um intelectual, com vários livros publicados.
Rodrigo, vocês têm um senso de humor parecido.
Chris, obrigado pelo comentário gentil. Volte sempre.:)
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