Fomos tomar café da manhã na padaria, como fazemos todos os domingos. É o único dia em que não fazemos o café. Voltando para casa ouvimos os últimos minutos do jogo em que o Corinthians virou bi-campeão, em cima do Chelsea. Influenciada pelo avô materno, as crianças torcem para o Corínthians. Eu torço para um time verde que foi rebaixado. As crianças gritaram um pouco e pegaram no meu pé, é claro. Depois fomos andar de bicicleta no eixão norte. As pistas triplas do eixão ficam fechadas para veículos aos domingos há muitos e muito anos. Ainda é o local mais seguro para se andar de bicicleta na capital. Vi muitos skates(de todos os tamanhos e alguns com motor), bicicletas diferentes e patins. Vi uma linda bicicleta dobrável e fiquei com inveja. Gastei dez minutos para colocar as bicicletas das crianças no carro. Elas ficaram super-desconfortáveis na ida e na volta. As bicicletas dobráveis caberiam facilmente no porta-malas.
Aí apareceu o gordinho com o skate. Era um rapaz de um metro e setenta com uns 110 quilos rijos. Gordinho não descreve bem o sujeito porque ele não era muito flácido, era um tipo compactado, socado. Apareceu zunindo em cima de um dos menores skates que já vi. O shape era pequeno e terminava com um bico igual ao dos mísseis. O gordinho fez um zigzag na pista e ultrapassou um sujeito de patins que estava a toda velocidade. Fiquei olhando para ver se o gordinho levaria um estabaco mas nada, o cara era um ás do skate. Foi até o final da pista fazendo uma longa curva em alta velocidade, cruzando as seis faixas sem dificuldade. Depois, quando perdeu a velocidade na subida, desceu do skate e o carregou, tranquilo. Fiquei com inveja do gordinho. Me arrependi de não ter levado o meu skate.
O sol estava forte e cansamos depressa. As crianças e a minha mulher foram para a piscina. Surfei pelas notícias na internet e confirmei a lógica do Capeta: quando há um grande escândalo envolvendo os graúdos de toda semana, surgem mais dois ou três grandes escândalos juntos para fazer uma cortina de fumaça maior ainda.
Estamos estupefatos, os escândalos se sucedem e não geram indignação, revolta, nada. As últimas passeatas, quem se lembra?, eram genéricas anti-corrupção, não se dizia o nome dos corruptos e nem dos corruptores embora todos sejam velhos conhecidos. Eram como os protestos contra a fome ou a poluição. Quem pode ser a favor da fome e da poluição? Modelos anoréxicas que não tomam banho, é claro.
Nesta semana, imagino que a provocação aos homens e mulheres de bem chegará ao seu apogeu. Mas parece não haver limites para a suberserviência e abnegação geral.
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