terça-feira, 17 de abril de 2012

O trema caiu

Já faz um bom tempo que navego pouco. Cansei. Perambulo um pouco pelos blogs aqui do lado, algumas notícias e pronto. Nada muda. Enchentes, seca, corrupção, ladroagem pura e simples, violência, burrice e incompetência a dar com pau. Já não consigo achar graça no mau-caratismo predominante. O cinismo impera. Estamos saturados. Nada desperta a nossa indignação. Só agora entendo porque as frases do Millor eram sempre tão curtas. Procuro manter o bom-humor, mas não sei bem o motivo. Conheço alguns sujeitos mal-humorados bem simpáticos. Já não sei mais quando se usa o hífen. A gente leva quase uma vida aprendendo a escrever e de repente alguns malucos resolvem que as regras mudaram. Ô Mané, o trema caiu.

No almoço, as crianças disputam quem diz mais gracinhas do que o outro. Os almoços são sempre divertidos, mas há sempre alguma coisa para se fazer, um outro programa, uma outra atividade, uma saída apressada. Hoje foi assim. Saí correndo depois do almoço, minha filha se esqueceu de alguma coisa na última hora. Sempre voltamos para buscar alguma coisa. As regras mudaram, o trema caiu.

Na volta do clube onde as crianças fazem judô, natação e circo, eu vejo aquele out-door em que o governo local diz que investiu um bilhão em obras. Onde estarão? Li no jornal que a licitação para a renovação da frota de ônibus foi adiada. Serão adquiridos mais de três mil ônibus até 2013. Por quê não fazem pequenas licitações, em lotes, por pregão? Talvez porque querem apenas um vencedor. O mesmo jornal informa que a greve dos professores já completou um mês. Lembro que em outro governo a categoria ficou mais de 180 dias em greve e não levou um centavo de aumento. A propaganda do sindicato diz que a proposta de reajuste não cobre a inflação. Gozado, os governantes, quando candidatos, sempre dizem que dão prioridade à educação. O mesmo acontece com a saúde. E a segurança. E o transporte público. Cansa.

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