terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Bélgica é aqui

As acusações de que o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, permitiu o uso eleitoral dos estoques da Conab quando presidente da estatal, acobertou fraude em licitação na Agricultura e patrocinou pagamento irregular de dívida na presidência da Companhia Docas de São Paulo continuam sem respostas minimamente adequadas. Se é que elas existem.

Hoje também disseram que o ministro usou jatinho de empresa privada e que tratava diretamente com o lobista que surrou um repórter da Veja, o que poderia ser comprovado por imagens gravadas pelo sistema de segurança do ministério.

O que estão esperando? Que o sujeito se demita? Alguém acredita que isso ocorra? O que pode ser mais broxante do que a lista resumida daí de cima?

Só o Simon com a sua frente de bajulação, é claro.

A verdade é que há vários anos esse país funciona, quando funciona, na base do improviso. Não é mérito de ninguém, é simplesmente assim. Nós somos os tais quando o negócio é improvisar. E o ministério do governo é o campeão da improvisação, veja só.

Nos últimos dias, a improvisação parece campear na Casa Civil, com a nomeação de uma parlamentar desconhecida que não conhece ninguém, como ressaltou um ex-ministro. Aliás, esse ex-ministro só foi substituído de maneira improvisada por um outro ex-ministro porque ele só faltava xingar a mãe do PAC durante entrevistas a espertinhos. Beligerante e contraproducente, o novo velho ministro poderá com seus improvisos livrar o país da sua tradição pacifista e nos colocar em guerra. Onde houver cizânia, o barbudinho a inflamará.

Mas há aí um engano: a improvisada em chefe conhece bem o marido, que conhece bem a conta de mais de 60 bi em restos a pagar de vocês sabem quem. O casal dorme contente sobre a dívida, já que a crise e a vocação do partido recomendam o calote e o destrato. Quem viver, verá.

Na sequência, com toda a desimportância, os titulares de pesca e relações institucionais trocaram de endereço. De um foi dito que era um parvo, da outra que era fraca. Ou foi o contrário? Não importa. E nem transporta. Alguém aí se lembra de quem está improvisado no ministério dos transportes? Por lá, foram vinte e tantas demissões. E na semana passada, meteram em cana outros trinta por conta de improvisos no turismo.

E se na agricultura não mostram o vídeo, no turismo mostraram as fotos e as gravações. Estranhamente, os comentários improvisados choraram mais as algemas dos acusados do que o furto do dinheiro público.

E como anda a Bélgica? Parece que lá tem mais de ano que eles continuam sem governo.









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