Lendo nos sites dos jornais a história do Amarildo, fiquei preocupado. É bem verdade que dificilmente uma patrulha da polícia baixa por essas bandas, mas no Brasil, essas coisas podem acontecer com qualquer um, então é melhor prevenir. Eu, por exemplo, quase não saio de casa. Não é que tenha medo de me perder, é que falta motivo para sair. Agora, com a história do Amarildo, posso até dizer que é comportamento preventivo.
Descobri que gosto de ficar em casa, raramente me sinto entediado. Aliás, acho que o tédio é uma invenção inglesa igual ao fog da literatura. O famoso nevoeiro de Londres nunca foi tão espesso quanto afirmava Dickens, Conan Doyle e um monte de outros. Mas não existe nada tão perfeito quando uma névoa de se cortar com faca para se criar um clima de mistério. Seja como for, não sinto tédio. Ao contrário, sinto uma compulsão para fazer dezenas de coisas ao mesmo tempo e tenho a estranha sensação de que estou sempre perdendo tempo. Aliás, essa é uma sensação permanente dos últimos dois anos. Convivo com a sensação de que o tempo passa inexoravelmente e rapidamente. Na semana passada, por exemplo, tive a nítida sensação de que todos os relógios estavam acelerados. Meus filhos concordaram comigo. Mas talvez tenham feito isso porque estávamos na última semana de férias escolares.
Mesmo assim, de vez em quando tenho a impressão que estou desparecendo aos poucos, igual ao Michael J. Fox em De Volta para o Futuro. Então vou até o espelho só para ter certeza de que é só impressão minha. Quase sempre é, mas em pelo menos duas ocasiões tive certeza de eu não estava apenas fora de foco.
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