Ninguém canta "At last" como Etta James cantou uma vez. Nem mesmo George Benson conseguiu tocar tão bem quanto no disco aquela versão de "On Broadway". Os Pretenders tentaram e tentaram, mas só existe uma versão gostosa de "Don´t get me wrong". David Bowie cantou a melhor versão de "Heroes" num show ao vivo em Paris. E o Clash fez a melhor versão de Police and Thieves" num palco fuleiro, que aparece no filme "Rude Boy". Conheci "Helicopter", do Bloc Party, porque estava vendo vídeos de gols do Ronaldo Fenômeno. O mesmo vale para "This picture", do Placebo.
Meu ipod travou mas descobri no site oficial que eu só precisava apertar o botão do centro e menu ao mesmo tempo para reinicializar e consertar o aparelho. Ele funciona muito bem. Mas Rafa, o cachorro shi-tsu da minha filha, conseguiu colocar os dentes nos meus fones de ouvido. Vou precisar de fones novos. Tem que ser da marca da maçã, porque experimentei um de outra marca e o som estava muito ruim.
Minhas cantoras prediletas de MPB estão mortas ou bem velhinhas. As minhas bandas favoritas também. Todos, todos, todos têm o mesmo defeito: fazem um "over" na música predileta da gente. Elis Regina era a campeã do over, detonando as músicas mais legais dos LPs gravados em estúdio. Rita Lee ainda segurava um pouco a onda, mas também assassinava uma "Ovelha Negra" ao vivo. Os caras das bandas também. Ao vivo extrapolavam nas versões das músicas mais legais gravadas em estúdio.
Quase não tem exceção. Lá fora também é do mesmo jeito. Mas Paul ex-Beatle e nos caras do Kings Of Leon costumam ser bem fiéis ao que gravam no estúdio. E Elton John, em meados dos anos 70, costumava ser melhor ao vivo do que no estúdio. Uma vez vi um show do Beatles Forever, uma banda cover, que reproduzia fielmente todas as músicas que tocavam. Até a tosse de alguém no início de Taxman.
Os Beatles gravaram alguém tossindo no início de uma música. Os caras do Pink Floyd gravaram uma risadinha sinistra em uma das faixas de The Wall. Pete Townshend ficou irremediavelmente surdo do ouvido direito durante uma apresentação ao vivo num show de TV em 1967. O The Who destruía os instrumentos ao final das apresentações naquela época e por isso o bateirista Keith Moon resolveu aprontar uma bela explosão ao final da apresentação de "My generation". O estrondo pegou Pete de surpresa.
Houve uma época em que os mesmos discos tocavam em todas as festas. E todas as músicas boas tinham uma história interessante e envolvente. Robert Cray lançou "Nothin but a woman" em 1987, mas só fui ouvir uns dois anos depois durante um almoço na casa do Niltão. Para mim, a melhor versão de "Run like hell" é de um show ao vivo do Pink Floyd de 1980, mas já não consigo encontrar no You Tube.
Mas quem se importa? Who gives a shit? Quais são as perguntas que importam?
Tenho reparado em algumas respostas. Muitas se parecem com as versões over das músicas que mais gostamos.
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