segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
sábado, 29 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Os índios estão lá fora II
Fiz o que eu fazia todos os dias. Reuni a papelada, peguei a fita, deixei recados e me preparei para ir embora. Já estava de casaco quando resolvi dar uma espiada para o lado de fora. Da janela do primeiro andar, vi uma porção de índios só de calção e chinelos e um monte de índios sem calção, sem camisa e descalços. Eram cerca de 100 índios. Todos estavam pintados de urucum, preto e amarelo. Cada um carregava algum tipo de arma. Havia facas, lanças, bordunas e também arcos e flechas. Senti um arrepio percorrer a minha coluna ao perceber que um dos índios havia me notado e agora apontava para mim, na janela. Dezenas de cabeças se voltaram na minha direção. Eu ia me agachar, mas pensei em John Wayne. Por isso, levantei a mão direita como Tonto e acenei como Juscelino. (Continua)
_Ráo! – eu disse, corajosamente, da minha janela. Dezenas de índios fizeram careta. Uns trinta cuspiram no chão. Não sei porquê, mas índio e chinês gostam muito de cuspir no chão. Também fiz uma careta, de nojo, e repeti o “Ráo”. João Uéine teria ficado orgulhoso. Fiz menção de que sairia pela janela, mas recuei e entrei novamente. Aquilo deve ter deixado os índios confusos. Eu certamente estava muito confuso.
Enquanto descia as escadas eu fiquei pensando no que o João Uéine teria feito na mesma situação. Teria chamado a cavalaria? Teria disparado o trabuco? Teria mancado a perna? Teria mascado fumo? Teria tomado um uísque? Teria chutado a fogueira com um belo pontapé? E com essas besteiras na cabeça perdi um tempo precioso. E já estava na portaria quando percebi que ainda não sabia o que iria falar para os índios. O porteiro, que se chamava Manuel, me olhava com assombro. Eu, de repente e por um segundo, pensei estar vivendo uma piada de português.
_Abre aí, Manuel, que eu vou falar com a indiarada. Deixa comigo!
Manuel me olhou desamparado. O lábio inferior tremia. Pegou o boné de guarda e o apertou contra o peito, como numa cena de despedida e enterro no faroeste. E apertou o botão da porta. Eu saí e bati a porta atrás de mim. Imediatamente os índios me cercaram. Olhei para um grandalhão na minha frente e disse, com voz de dublador de João Uéine:
_Você é o líder? Eu quero falar com o líder! A-go-ra!
_O chefe é o Ramiro, disse o grandalhão.
_E Ramiro lá é nome de chefe? Não tem Raoni, Aritana, Nuvem Vermelha?
_E Ramiro sou eu, disse o grandalhão.
_Ráo, eu sou o Careca. E estou indo chamar o meu chefe. Até lá vocês esperam aqui, falou?
_Ráo é o cara...
Mas não esperei pelo final. Fui atravessando os índios na valentia, olho no olho, e consegui chegar até o carro. Entrei e travei a porta. Em dez segundos eu estava longe dali.
No dia seguinte, procurei alguma notícia sobre os índios nos jornais. Nada. Depois do almoço, na hora de entrar no trabalho, nem sombra de Manuel na portaria. Perguntei para o Joaquim, o porteiro do horário, se havia acontecido alguma coisa com o Manuel. Aliás, Joaquim e Manuel eram uma dupla do baralho...
_Não sei não, senhor. E hoje ele está de folga. A gente que é porteiro trabalha dia sim, dia não.
Não comentei nada sobre os índios com ninguém, nem com o Lelé. Na hora de sair, juntei as minhas coisas e me mandei. Não havia sinal de índio na hora em que entrei no carro. Quando as coisas não se manifestam, o melhor é não se manifestar. Ou, como dizia meu amigo Velho Tom, o que está quieto é melhor deixar quieto. No dia seguinte, dou de cara com o Manuel na portaria.
_Fala Manuel? E os índios, como ficou?
_Tudo bem. Fiz como o doutor falou.
_Eu disse alguma coisa?
_Você disse que ia chamar o chefe. Eu e os índios esperamos até o chefe chegar.
_E o chefe veio?
_Chegou eram umas onze horas.
_E aí?
_E aí que ele conversou com os índios um tempão. Depois levou o chefe e mais um monte de índios ali, para o bar. Daqui eu escutava os gritos dos índios. E o chefe berrava que a cerveja era por conta dele. No final, saíram de lá abraçados, trocando os pés. Depois o chefe voltou e só perguntou quem era o Careca.
_Perguntou, é? Ninguém me deu nenhum recado.
_Vai entender, né?
_Pois é.
E fui trabalhar normalmente. Depois do programa, o telefone toca no estúdio. É o Manuel.
-O chefe quer falar contigo. É pra ir até a sala dele.
Antes de subir, bati a minha carta de demissão. E foi assim, com os índios lá fora, que eu saí do mundo do rádio.
_Ráo! – eu disse, corajosamente, da minha janela. Dezenas de índios fizeram careta. Uns trinta cuspiram no chão. Não sei porquê, mas índio e chinês gostam muito de cuspir no chão. Também fiz uma careta, de nojo, e repeti o “Ráo”. João Uéine teria ficado orgulhoso. Fiz menção de que sairia pela janela, mas recuei e entrei novamente. Aquilo deve ter deixado os índios confusos. Eu certamente estava muito confuso.
Enquanto descia as escadas eu fiquei pensando no que o João Uéine teria feito na mesma situação. Teria chamado a cavalaria? Teria disparado o trabuco? Teria mancado a perna? Teria mascado fumo? Teria tomado um uísque? Teria chutado a fogueira com um belo pontapé? E com essas besteiras na cabeça perdi um tempo precioso. E já estava na portaria quando percebi que ainda não sabia o que iria falar para os índios. O porteiro, que se chamava Manuel, me olhava com assombro. Eu, de repente e por um segundo, pensei estar vivendo uma piada de português.
_Abre aí, Manuel, que eu vou falar com a indiarada. Deixa comigo!
Manuel me olhou desamparado. O lábio inferior tremia. Pegou o boné de guarda e o apertou contra o peito, como numa cena de despedida e enterro no faroeste. E apertou o botão da porta. Eu saí e bati a porta atrás de mim. Imediatamente os índios me cercaram. Olhei para um grandalhão na minha frente e disse, com voz de dublador de João Uéine:
_Você é o líder? Eu quero falar com o líder! A-go-ra!
_O chefe é o Ramiro, disse o grandalhão.
_E Ramiro lá é nome de chefe? Não tem Raoni, Aritana, Nuvem Vermelha?
_E Ramiro sou eu, disse o grandalhão.
_Ráo, eu sou o Careca. E estou indo chamar o meu chefe. Até lá vocês esperam aqui, falou?
_Ráo é o cara...
Mas não esperei pelo final. Fui atravessando os índios na valentia, olho no olho, e consegui chegar até o carro. Entrei e travei a porta. Em dez segundos eu estava longe dali.
No dia seguinte, procurei alguma notícia sobre os índios nos jornais. Nada. Depois do almoço, na hora de entrar no trabalho, nem sombra de Manuel na portaria. Perguntei para o Joaquim, o porteiro do horário, se havia acontecido alguma coisa com o Manuel. Aliás, Joaquim e Manuel eram uma dupla do baralho...
_Não sei não, senhor. E hoje ele está de folga. A gente que é porteiro trabalha dia sim, dia não.
Não comentei nada sobre os índios com ninguém, nem com o Lelé. Na hora de sair, juntei as minhas coisas e me mandei. Não havia sinal de índio na hora em que entrei no carro. Quando as coisas não se manifestam, o melhor é não se manifestar. Ou, como dizia meu amigo Velho Tom, o que está quieto é melhor deixar quieto. No dia seguinte, dou de cara com o Manuel na portaria.
_Fala Manuel? E os índios, como ficou?
_Tudo bem. Fiz como o doutor falou.
_Eu disse alguma coisa?
_Você disse que ia chamar o chefe. Eu e os índios esperamos até o chefe chegar.
_E o chefe veio?
_Chegou eram umas onze horas.
_E aí?
_E aí que ele conversou com os índios um tempão. Depois levou o chefe e mais um monte de índios ali, para o bar. Daqui eu escutava os gritos dos índios. E o chefe berrava que a cerveja era por conta dele. No final, saíram de lá abraçados, trocando os pés. Depois o chefe voltou e só perguntou quem era o Careca.
_Perguntou, é? Ninguém me deu nenhum recado.
_Vai entender, né?
_Pois é.
E fui trabalhar normalmente. Depois do programa, o telefone toca no estúdio. É o Manuel.
-O chefe quer falar contigo. É pra ir até a sala dele.
Antes de subir, bati a minha carta de demissão. E foi assim, com os índios lá fora, que eu saí do mundo do rádio.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Indo para o brejo mais cedo
Devo viajar no início de janeiro. Mas todos os dias a casa está cheia de crianças, o que impede a escrita. Vamos ver se consigo hoje à noite.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
sábado, 22 de dezembro de 2007
Os índios estão lá fora
_Operários da palavra! Trabalhadores da notícia! – eu gritava, todos os dias, para a redação.
Mas nunca ninguém me respondia. Eu era o editor –chefe de um campeão de audiência do rádio no início da década. O salário era ridículo, mas eu gostava do trabalho. Consistia em coordenar um grupo de pessoas e também montar e dirigir um programa ao vivo. Os apresentadores, Aírton e Sula, eram muito divertidos e possuíam belas vozes. Estavam sempre brincando e por causa disso às vezes erravam.Cada erro cometido era ouvido por 43 milhões de ouvintes espalhados pelo país. A cada mês, quem errasse mais me pagava uma pizza e um monte de cervejas.
Era um trabalho duro e intenso, mas entre todos os envolvidos, inclusive eu, ninguém parecia se importar com isso. Foi uma das melhores épocas da minha vida. Depois do programa eu costumava reunir os papéis e jogar tudo no escaninho, na sala de redação. Uma cópia gravada do programa era deixada sobre a bancada. Eu colocava alguns lembretes na minha estação de trabalho e ia embora para casa. Se estivesse com fome, eu tratava de comer ali perto, num bar. No dia seguinte, logo depois do almoço, eu estaria de volta, pronto para mais um programa.
Certa noite, era uma sexta-feira, a dupla de apresentadores estava mais afinada do que nunca e as piadas rolavam uma atrás da outra. Eu gargalhava no estúdio. E até o operador resolvera contar algumas piadas. Minha nossa, como gostávamos de piadas naqueles dias! Tudo havia sido muito divertido e o programa foi feito sem nenhum erro sequer. E então Sula e Aírton disseram boa noite e foram embora. Lelé, o operador, também precisou sair rápido. E eu fiquei sozinho no estúdio. Enquanto juntava os papéis o telefone tocou. Era alguém da portaria.
_Seu Careca, eles estão aqui fora. Posso deixar entrar?
_Eles quem?
_Os índios.
_Que índios?
_Um monte de índios.
_E o que eles querem?
_Querem falar no rádio, é claro!
_É claro. Mas porque querem falar comigo?
_É que não tem mais ninguém no prédio, Seu Careca. Deixo eles entrar?
_Não. Segura eles aí.
_E o quê que eu digo para eles?
_Diz que eu já vou falar com eles.
Fiz o que eu fazia todos os dias. Reuni a papelada, peguei a fita, deixei recados e me preparei para ir embora. Já estava de casaco quando resolvi dar uma espiada para o lado de fora. Da janela do primeiro andar, vi uma porção de índios só de calção e chinelos e um monte de índios sem calção, sem camisa e descalços. Eram cerca de 100 índios. Todos estavam pintados de urucum, preto e amarelo. Cada um carregava algum tipo de arma. Havia bordunas e também arcos e flechas. Senti um arrepio percorrer a minha coluna ao perceber que um dos índios havia me notado e agora apontava para mim, na janela. Dezenas de cabeças se voltaram na minha direção. Eu ia me agachar, mas pensei em John Wayne. Por isso, levantei a mão direita como Tonto e acenei como Juscelino. (Continua)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Dor de dente é fogo
Para mim, dor de dente está em segundo lugar na lista de coisas que a ciência deveria se dedicar a extinguir da face da terra. Em primeiro lugar está a cárie. Nos últimos três dias fiquei impedido de raciocinar devido a um problema com um molar. Estou com uma retração tão grande na gengiva que o dentista disse que minha boca está virando do avesso. A piada foi ótima, mas não consegui rir por causa da dor de dente. Fui atendido três vezes em situação de emergência durante essa semana e ontem nem consegui dormir. Se continuar assim, vou ter que arranjar uma dentadura. Por causa disso, estou sem humor nenhum, sem vontade nenhuma de escrever.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Outra cantora: Lily Allen
Outra cantora: Lily Allen
Olha aí outra cantora de talento.
Lily Allen - Alright Still (2006)
Posted By: ccpro | Date: 02 Aug 2007 22:06 | Comments: 1
Lily Allen - Alright Still (2006)
Pop | MP3 320kbps CBR | 88 MB | Covers
Plenty of musicians have been born and bred as rich sons of bitches (Julian Casablancas, E, the ever-popular Crispian Mills). But none of them have brought the sense of entitlement and privilege to their music that Lily Allen does. Her recent interview with Observer Music Monthly discusses her “hard” childhood. What form did her distressing youth take? Apparently, and I kid you not, sometimes her parents embarrassed her at dinner parties, and every now and then she got told off for handing her homework in late. Jesus wept.
But none of this would be remotely relevant if it wasn't for the fact that her personality shines through so blindingly in her music. Lily prides herself on it. Sure, on her MySpace, in between slagging off minimum wage service staff in restaurants for not sufficiently fawning over her, and bragging about how much the Marc Jacobs dress she was wearing on stage last night cost, she admits that her early work is the sound of herself “pretending to be something I wasn't.” But now—real name, no gimmicks, Alright Still is the sound of real Lily.
“LDN” starts off with her moaning, in the style of a 67 year-old crank writing letters to the Evening Standard, about how a “crack whore” is ruining the pure and untarnished beauty of Her London. Care to find out how that crack whore came to be? Lily doesn’t. She’s off on her bike, pausing to “laugh” at an OAP getting mugged outside Tesco. “Smile,” a #1 single God help us, gets burned off the lights by both Sean Paul and Abs when it comes to facsimiles of “Uptown Top Ranking,” but neither of them could bring the quality of lyricism Lily does (“It makes me SMILE / I feel bad for a WHILE.” Are these lyrics being written by the dude from Incubus?)
OK, she knows her samples. Professor Longhair! The Soul Brothers! Sandie Shaw! This is the shit that plays in your local trainer shop day-in day-out, but that doesn't alter the fact that they're great songs. It’s just that she ruins them by putting her hateful lyrics over top. I'm sure the Prof's estate will buy themselves a few lobster dinners with the royalties from “Knock 'em Out,” but do you really think he'd be thrilled to be reduced to the backing band for a song about how Allen would like to beat the shit out of ugly people who dare to talk to her? It's no surprise that she's taken to covering the Kaiser Chiefs live, because like the feckless Yorkshiremen, and their partners-in-sneer Art Brut, her heart pumps to the sole beat of contempt for others.
I mean, surely we can all accept that ska-pop is a dangerous beast, surely? It can give us the heights of “Mirror in the Bathroom” and “The Impression That I Get,” or it can deliver the lows of every other ska-pop single ever. Lallen isn't woman enough to tame the beast, so we're stuck with “Not Big,” which makes me think how Abs could have done all of this better for the second time on the album. Or “Friday Night,” claustrophobic “cocktail bar at 6 PM” skanking that sounds like that one song Kirsty MacColl did about shoes as shat over by TV's Preston Samuel.
Look, every year music critics start stroking it over some musician just because they wish she was their girlfriend. Annie, MIA, Antony and the Johnsons... in 2006 it's Lily Allen. Except this year the object of their desire is going to shift units, and ends with a song called “Alfie” that makes you lose all faith in this country, a horrific “supply teacher trying to act cool to his third period class” piece of “yeah, weed makes you TIRED, innit blood” that destroys any hope that Allen could have Been Something.
Alright Still is nothing more than pop for people who hate pop music, poptimist Quorn, phony music for people who can't let go of their inhibitions (indie-bitions?) and have to have their music classified as REAL. Lily Allen is a coddled parasite who ain't lived it—she witnessed it from her folks pad. Scribbled in her notepad and created her life. That's how the song goes, right?
01 - Smile.mp3
02 - Knock 'em Out.mp3
03 - LDN.mp3
04 - Everything's Just Wonderful.mp3
05 - Not Big.mp3
06 - Friday Night.mp3
07 - Shame for You.mp3
08 - Littlest Things.mp3
09 - Take What You Take.mp3
10 - Friend of Mine.mp3
11 - Alfie.mp3
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Mais coisas que evito dizer para as pessoas
Por quê tanto ódio? Por quê tanta raiva?
Obviamente, essa combinação de frases só deve ser usada em situações de desespero absoluto, ou seja, em ocasiões onde é fundamental irritar o ser humano até o último grau com a maior rapidez possível.
Catatuia!
Originária dos desenhos animados que assistia quando era menino, essa expressão acabou sendo incorporada ao meu vocabulário cotidiano. Entretanto, minha mulher tem ojeriza por ela. Desta forma, com o passar do tempo fui colocando a expressão de lado e hoje raramente a utilizo. A não ser, é claro, quando atinjo o orgasmo.
Isso é uma obra de arte!
A última vez que usei essa frase eu estava no Reina Sofia Museum, de frente para Guernica!. Desde então, por uma questão de coerência, tenho evitado o seu uso.
Não corra!
Descobri a inutilidade de dizer isso para crianças menores de 5 anos. Também não possui qualquer sentido para jovens que acabaram de tirar a carteira de motorista.
Blasfêmia!Blasfêmia!
A despeito do sentido epistemológico, sempre utilizei o substantivo acima como um superlativo de fêmea. Prefiro esse significado porque ao se proferir a palavra, você abre a boca como se fosse deixar cair a língua e o queixo, o que geralmente acontece quando vemos uma mulher sensual e bela.
Obviamente, essa combinação de frases só deve ser usada em situações de desespero absoluto, ou seja, em ocasiões onde é fundamental irritar o ser humano até o último grau com a maior rapidez possível.
Catatuia!
Originária dos desenhos animados que assistia quando era menino, essa expressão acabou sendo incorporada ao meu vocabulário cotidiano. Entretanto, minha mulher tem ojeriza por ela. Desta forma, com o passar do tempo fui colocando a expressão de lado e hoje raramente a utilizo. A não ser, é claro, quando atinjo o orgasmo.
Isso é uma obra de arte!
A última vez que usei essa frase eu estava no Reina Sofia Museum, de frente para Guernica!. Desde então, por uma questão de coerência, tenho evitado o seu uso.
Não corra!
Descobri a inutilidade de dizer isso para crianças menores de 5 anos. Também não possui qualquer sentido para jovens que acabaram de tirar a carteira de motorista.
Blasfêmia!Blasfêmia!
A despeito do sentido epistemológico, sempre utilizei o substantivo acima como um superlativo de fêmea. Prefiro esse significado porque ao se proferir a palavra, você abre a boca como se fosse deixar cair a língua e o queixo, o que geralmente acontece quando vemos uma mulher sensual e bela.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Coisas que evito dizer para as pessoas
Você merece!
Nunca digo isso porque a pessoa pode pensar que é ironia minha. A expressão é, sem dúvida nenhuma, uma das mais difíceis de ser empregada sem parecer ser a patroa. Você duvida? Então, use ela depois de entregar um relógio de ouro para o velhinho que acabou de se aposentar depois de 50 anos de serviços prestados. O velhinho, por pura educação, diz obrigado. E você, garotão sarado, coloca um sorriso Sílvio Santos na cachola e diz “Você merece!” Isso não acontece? Então diga para o garçom, depois de deixar uma gorjeta de um real. Ou para o sujeito do estacionamento, depois de jogar uma moeda para o cara.
Por isso, eu sempre digo: Olha, isso aqui não é nada. Você merecia muito mais.
Assim, a pessoa não tem dúvidas de que estou sendo irônico.
Maconheiro! Maconheiro!
Evito ao máximo chamar um indivíduo de Maconheiro! Costumo empregar essa expressão, geralmente aos pares ( Maconheiro!Maconheiroooo!) para designar infratores de trânsito de mais de 65 anos de idade, de visíveis cabelos brancos e faces encovadas, que não aparentem ser mais velozes que uma tartaruga senil. Certa vez, ao ser fechado na rua por um Fiat 147 de 1982, dirigido por um Matusalém de mais de 80 anos, não resisti e usei os epítetos acima pela primeira vez. Desde então, pelo menos uma vez por ano, utilizo a expressão “Maconheiro! Maconheiro!” para designar velhotes fazendo bobagem na rua. Outro dia mesmo, eu chamei o Síndico de Maconheiro ao flagrá-lo a tentar convencer um outro morador a apoiá-lo na luta para aumentar a taxa de condomínio. O pobre homem só tem 64 anos de idade, mas o aniversário dele é no final deste mês. Maconheiro! Vai comer erva no bolo de aniversário, hem, velho maluco! Ele diz que vai me processar. Se o advogado dele for quem eu estou pensando, já sei para quem vou gritar Maconheiro da próxima vez. Maconheiro! Eu vou chamar a polícia, viu, seu Maconheiro?
Maconheira! Maconheira!
O mesmo que acima, só que para velhinhas que fazem bobagens no trânsito. Pode acreditar, existem centenas dessas consumidoras de drogas dirigindo impunemente pela cidade. E depois daquele filme, “O Barato de Grace”, o número aumentou ainda mais.
Qual é a sua graça?
Há quem acredite que ao fazer essa pergunta a pessoa deseja apenas saber qual é o seu nome. Não caia nessa. É um pergunta capciosa, maldosa, vulgar e sacana. O sujeito que pergunta isso geralmente, nas entrelinhas e perdigotos, quer dizer que você não tem graça nenhuma.
Não vomite no meu carro!
Também não permito que bebam, em excesso, dentro dele. E também não deixo ninguém comer sanduíches no banco de trás. No banco da frente, eu como sem problemas.
Você tem fogo?
Evito dizer disso desde que parei de fumar. Mas tenho que admitir que essa frase tem vida própria e é uma das melhores introduções para uma conversa com uma pessoa que você nunca viu antes. Por isso, de vez em quando, em festas de pessoas que não conheço direito, costuma utilizá-la para puxar conversa com mulheres estranhas, mas simpáticas. Eu digo “Você tem fogo?”. E, se a pessoa tem, eu digo que esqueci que parei de fumar. Se a pessoa não tem, eu digo que não há problema, pois eu também não fumo. Mais. As duas tiradas garantem uma introdução excelente para um bate-papo.
Nunca digo isso porque a pessoa pode pensar que é ironia minha. A expressão é, sem dúvida nenhuma, uma das mais difíceis de ser empregada sem parecer ser a patroa. Você duvida? Então, use ela depois de entregar um relógio de ouro para o velhinho que acabou de se aposentar depois de 50 anos de serviços prestados. O velhinho, por pura educação, diz obrigado. E você, garotão sarado, coloca um sorriso Sílvio Santos na cachola e diz “Você merece!” Isso não acontece? Então diga para o garçom, depois de deixar uma gorjeta de um real. Ou para o sujeito do estacionamento, depois de jogar uma moeda para o cara.
Por isso, eu sempre digo: Olha, isso aqui não é nada. Você merecia muito mais.
Assim, a pessoa não tem dúvidas de que estou sendo irônico.
Maconheiro! Maconheiro!
Evito ao máximo chamar um indivíduo de Maconheiro! Costumo empregar essa expressão, geralmente aos pares ( Maconheiro!Maconheiroooo!) para designar infratores de trânsito de mais de 65 anos de idade, de visíveis cabelos brancos e faces encovadas, que não aparentem ser mais velozes que uma tartaruga senil. Certa vez, ao ser fechado na rua por um Fiat 147 de 1982, dirigido por um Matusalém de mais de 80 anos, não resisti e usei os epítetos acima pela primeira vez. Desde então, pelo menos uma vez por ano, utilizo a expressão “Maconheiro! Maconheiro!” para designar velhotes fazendo bobagem na rua. Outro dia mesmo, eu chamei o Síndico de Maconheiro ao flagrá-lo a tentar convencer um outro morador a apoiá-lo na luta para aumentar a taxa de condomínio. O pobre homem só tem 64 anos de idade, mas o aniversário dele é no final deste mês. Maconheiro! Vai comer erva no bolo de aniversário, hem, velho maluco! Ele diz que vai me processar. Se o advogado dele for quem eu estou pensando, já sei para quem vou gritar Maconheiro da próxima vez. Maconheiro! Eu vou chamar a polícia, viu, seu Maconheiro?
Maconheira! Maconheira!
O mesmo que acima, só que para velhinhas que fazem bobagens no trânsito. Pode acreditar, existem centenas dessas consumidoras de drogas dirigindo impunemente pela cidade. E depois daquele filme, “O Barato de Grace”, o número aumentou ainda mais.
Qual é a sua graça?
Há quem acredite que ao fazer essa pergunta a pessoa deseja apenas saber qual é o seu nome. Não caia nessa. É um pergunta capciosa, maldosa, vulgar e sacana. O sujeito que pergunta isso geralmente, nas entrelinhas e perdigotos, quer dizer que você não tem graça nenhuma.
Não vomite no meu carro!
Também não permito que bebam, em excesso, dentro dele. E também não deixo ninguém comer sanduíches no banco de trás. No banco da frente, eu como sem problemas.
Você tem fogo?
Evito dizer disso desde que parei de fumar. Mas tenho que admitir que essa frase tem vida própria e é uma das melhores introduções para uma conversa com uma pessoa que você nunca viu antes. Por isso, de vez em quando, em festas de pessoas que não conheço direito, costuma utilizá-la para puxar conversa com mulheres estranhas, mas simpáticas. Eu digo “Você tem fogo?”. E, se a pessoa tem, eu digo que esqueci que parei de fumar. Se a pessoa não tem, eu digo que não há problema, pois eu também não fumo. Mais. As duas tiradas garantem uma introdução excelente para um bate-papo.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Renne Geyer
Bom, essa cantora eu ainda não ouvi. Mas aposto que é legal.
Renee Geyer: It's A Man's Man's World
Posted By: Telstar | Date: 20 Feb 2007 21:03 | Comments: 7
Renee Geyer: It's A Man's Man's World
Genre: Soul
320 Kbps Stereo MP3 - 106 MB | APE - 297 MB
A young girl, born to Eastern European Jewish immigrants, found an inexplicable dark hole in her soul she filled with music, putting herself to sleep at night with her transistor radio under her pillow. The sounds of the sixties became her way to survive the tribulations of the outside world, Dusty Springfield and Aretha Franklin her companions. Only her family and one close friend ever heard Renée sing.
That girlfriend took Renée to a rehearsal where a bunch of friends were putting together a band. Renée was encouraged to get up and sing. She didn’t know why, but she knew what would happen. She sang the Bee Gees’ “To Love Somebody” and felt the power of her performance fill that room. She joined that band, then another and another, each time being surrounded by better and better musicians, who were attracted to Renée like the proverbial moths to a flame. It’s been like that all her life.
In the beginning Renée Geyer was so shy she couldn’t face her audience. She knew she had to change that, because above everything else, this was what she wanted to do. She wanted to sing. Within the space of three years she had transformed herself into a dynamic performer filled with self-confidence, a singer who scored her first major hit with a stunning and unforgettable version of James Browns’ “It’s A Man’s Man’s World”. Her performance went right to the heart of everyone who heard it. Renée was just 22...
Original Release Date: 19 Aug 1974
Audio CD: 1995
01. It's A Man's Man's World
02. They Tell Me Of An Uncloudy Day
03. Take Me Where You Took Me Last Night
04. Since I Fell For You
05. What Do I Do On Sunday Morning
06. Love The Way You Love
07. Scarlet Ribbons
08. Do Your thing
09. And I Love Him
10. It's Been A Long Time
11. Mama's Little Girl
12. Once In A Lifetime Thing
13. Feel Good
Download: www.ftp2share.com
OR
http://rapidshare.com/files/17348126/aMansMan_APE_.part1.rar
http://rapidshare.com/files/17347529/aMansMan_APE_.part2.rar
http://rapidshare.com/files/17347434/aMansMan_APE_.part3.rar
http://rapidshare.com/files/17347087/aMansMan_mp3_.part1.rar
http://rapidshare.com/files/17346546/aMansMan_mp3_.part2.rar
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Coisas que falávamos para irritar o próximo
Coisas que falávamos para irritar o próximo
Amigo, amigo, amigo
Muito utilizada quando o sujeito começava a apresentar sinais de hostilidade. Ao chamá-lo como ao melhor amigo do homem, o cachorro sempre abana o rabo.
Boquinha (e com os braços, fingir ter um bocão gigantesco)
Sempre que alguém estava necessitando, com desespero, de um beijo na boca.
Calma, muita calma nessa hora!
Obviamente, quando o sujeito estava prestes a perder a paciência.
Desce daí, menino! Ô, menino, desce daí!
Quando o cara estava viajando demais na maionese.
Eu te disse, não disse?
A mesma frase que um personagem de desenho animado, uma motoca, sempre falava para um vilão. O objetivo era irritar o sujeito, mantendo uma distância prudente dos pontapés.
Amigo, amigo, amigo
Muito utilizada quando o sujeito começava a apresentar sinais de hostilidade. Ao chamá-lo como ao melhor amigo do homem, o cachorro sempre abana o rabo.
Boquinha (e com os braços, fingir ter um bocão gigantesco)
Sempre que alguém estava necessitando, com desespero, de um beijo na boca.
Calma, muita calma nessa hora!
Obviamente, quando o sujeito estava prestes a perder a paciência.
Desce daí, menino! Ô, menino, desce daí!
Quando o cara estava viajando demais na maionese.
Eu te disse, não disse?
A mesma frase que um personagem de desenho animado, uma motoca, sempre falava para um vilão. O objetivo era irritar o sujeito, mantendo uma distância prudente dos pontapés.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Nicole Atkins é uma grande cantora
Nicole Atkins
O álbum se chama Neptune City e é uma das melhores coisas que já escutei esse ano. Nicole Atkins é outra cantora que tem tudo para que eu guarde espaço na prateleira. Uma voz maravilhosa, ritmo, atitude e aquele ar de “já fizeram de tudo para me matar mas eu estou viva, caramba”. É música fenomenal, orquestrada, com excesso de volume, bem ao contrário do falso intimismo despojado, perigoso e ferino da Amy Winehouse.
Abaixo, o post do maluco que me apresentou essa maravilha:
Nicole Atkins - Neptune City (2007)
Posted By: yLe | Date: 09 Dec 2007 07:17 | Comments: 2
Nicole Atkins "Neptune City"
MP3 | CBR 320 Kbps 48000 Joint Stereo | 38:00 | 90.82Mb
2007 | Genre: Pop
Nicole Atkins is a Jersey girl and she could probably make any guy sing, “sha la la la la la”, but the sound of her debut album has nothing to do with Tom Waits. Neptune City is big and dreamy, swirling with strings or riding a wall-of-sound rhythm section reminiscent of Phil Spector’s best girl group productions. The arrangements on this album are vibrant, lush, and propulsive. The instrumentation will swoop in and carry you along for a 40-minute ride through timeless chamber pop.
That said, the primal force that drives Neptune City is the huge and charismatic voice of Nicole Atkins. She possesses the tough charm of Chrissie Hynde and can come across just as world-weary. But then Atkins punches a higher level, and her warm, full alto comes booming forth. We sometimes forget that sound is a physical force, but not when this rock chanteuse is belting it out.
In the original mix of this album, her powerful performances were apparently harder to find in the mix. Initially scheduled for release on September 6, Neptune City was held back after a couple of early reviews noted that Atkins’ singing was lost amidst the instrumentation. In stepped new Columbia head honcho Rick Rubin, recently hailed by the New York Times as the man who could save the record industry. While that remains to be seen, the Buddha of rock probably saved this record from mediocrity. In an e-mail conversation, Nicole explained that Rubin stripped the mastering off the album, which “really opened the sound up.”
This makes sense and should have been the approach from the get-go. Neptune City is, in some ways, a throwback piece, yearning for an older and purer age, tugging its textures forward through the fog of time. In today’s mixing and mastering sessions, the emphasis is on squashing the dynamics until the music sounds tight. For dance and teen pop, this technique tends to work really well. Not so with a record such as this, however, where we need the quieter moments so that the contrasting crescendos will truly come alive. On songs like “Together We’re Both Alone” and “Cool Enough”, Atkins and her band the Sea know how to mine a low and somber mood before bursting into an orchestral chorus that ascends above time and place. This is the vantage Nicole holds in the busted fairytale torch-song that is the album’s title track, in which she sings, “I’m sitting over Neptune City / I used to love it / It used to be pretty”.
The whole of the album is held aloft in this lovely limbo. Sometimes we sink down into the sooty metropolitan sky, but only to rise above its atmosphere where we can again see the stars. If this metaphor feels hokey and a little sentimental, well, those qualities are present on Neptune City, as well. Fortunately, Atkins and company imbue the record with the kind of melancholic tinge that permeates even the most joyous of girl group songs (like “Be My Baby”!), while keeping a healthy distance from the empty sentimentality of so many Broadway show tunes (gee, thanks for the “Memory”, Andrew Lloyd Webber). Nicole Atkins deserves to find a sizeable audience. Fans of Rufus Wainwright should definitely come calling, along with those of you who’ve looked down on your hometown and dreamed of something more.
Personnel
Filip Runesson - violin, viola, cello
Sven Andersson - flute, saxophone
Petter Lindgard - trumpet, drums, percussion
Jens Lindgard - guitar, sitar, trombone, guitar synthesizer, bass guitar
Mattias Gustavsson - vocals
Andreas Stellan
Dan Chen - electric piano, reed organ, Mellotron
Daniel Mintzer - drums
Tore Johansson - slide guitar, acoustic bass, bass guitar
Alexandra Hamnede
Track List:
01 Maybe Tonight
02 Together We’re Both Alone
03 The Way It Is
04 Cool Enough
05 War Torn
06 Love Surreal
07 Neptune City
08 Brooklyn’s On Fire!
09 Kill the Headlights
10 Party’s Over
Download includes front cover
http://rapidshare.com/files/74919473/NA_NC.rar
password: coyote
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Rosebud
_Hoje é Natal? É, pai?
Tem duas semanas que essa é a primeira pergunta que os dois fazem, logo que acordam. Explico que ainda falta um pouco para o Natal. Sou ruim para falar sobre o sentido do Natal, essas coisas. Mas digo que o Menino Jesus vai trazer muita alegria e paz para todo mundo.
_E presente? Ele não traz presente? – pergunta a mais nova.
_É o Papai Noel que traz presente, boba – explica o outro.
_Não chama ela de boba. E o presente é só para quem se comportou direito – tento corrigir.
_Não é nada. O Chico é um mala e já ganhou presente adiantado.
_O Chico é mala? Mas que mala é essa? Quem te ensinou isso?
_Você, pai. Você vive dizendo que o Chico é um mala – esclarece o primogênito.
_Mas não é para repetir. E você só tem quatro anos. Só adulto pode falar essas coisas.
_Tá bom. Mas ele já ganhou presente adiantado.
_Eu também quero presente adiantado – diz a caçula.
_Ninguém vai ganhar presente adiantado aqui em casa.
_Que mala – dizem os dois.
_Se repetir, eu vou escrever para o Papai Noel não trazer presente nenhum. E vamos mudar de assunto.
Mas o Natal está em toda parte. Está na TV, a cada 30 segundos. Nas janelas do prédio da frente. No elevador. Em cada milímetro da sala, com a enorme árvore de Natal montada no canto, cheia de lâmpadas piscantes. E está no coração dessas duas crianças, que palpitam de ansiedade pela chegada do Natal, da alegria, da paz e das coisas boas. E o menino volta a insistir, recuperando o fio da meada que eu mesmo já havia esquecido.
_Pai, o Menino Jesus também carrega um saco de brinquedo?
_Ele tem trenó? – participa a caçula.
_E renas voadoras?
_Não. O Menino Jesus é um bebê. Ele não carrega saco de brinquedos, não tem trenó e nem renas voadoras. Mas é o Salvador de todos nós. No Natal, nós celebramos o nascimento Dele.
_Pai, o Papai Noel não pode trazer alegria e paz?
_Pode, eu acho.
_Então pede para ele trazer.
_É, pede, pai.
_O Bebê não dá conta de carregar.
_ Não dá, pai.
_E aí, já que vai trazer alegria e paz...
_É, alegria e paz...
_Então ele podia trazer logo os presentes.
_Os presentes.
_Adiantados, né? Ha,Há, Há – finjo dar risada. Nada de adiantados. E se não se comportarem direito, nada de presentes.
_Mas, pai.
_É, mais, pai.
_Nem mais, nem menos pai. Ninguém vai ganhar presente adiantado.
E penso ter conseguido uma trégua de pelo menos 15 minutos, quando ligo a televisão no desenho animado. Mas há uma profusão de neve, gelo, trenós, pinheiros e bonecos de neve na tela. Antes mesmo que eu retome o fôlego, já estão de volta, com novas perguntas.
_Pai, nós vamos ganhar um trenó?
_Não, filho. Trenó só serve para brincar na neve.
_Mas neva no Natal, pai. Sempre neva no Natal.
_É, pai, neve no Natal – repetiu a caçula.
Como eu poderia ir contra um bilhão de desenhos animados, propagandas, anúncios, fotos, filmes, canções, brindes e o meu próprio pinheiro falso, coberto de lantejoulas imitando neve, no meio da sala?
_Claro que neva, filho. Mas os trenós acabaram. Esse ano o Papai Noel teve pedidos de trenós até da África. E ele já avisou que não vai ter trenó para todo mundo. E nem presente adiantado.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Foras que levei no início dos anos 90
Patrícia
- Aprendi muito com você – ela disse.
Depois me deu um abraço e eu disse tchau. E só depois disso é que eu me toquei que deveria ter falado alguma outra coisa. Que aquilo não poderia terminar daquele jeito idiota. E que história era aquela de aprender? Eu era tão calouro quanto ela no nosso arremedo de casal apaixonado.
Joana
_Olha, me desculpa qualquer coisa, viu? – ela disse. E pareceu sincera. Jeca. Mas sincera.
Depois me deu um abraço e eu disse “vai pela sombra”. Era bonita, aquela mulher. Tinha uma beleza imperdoável.
Taís
_A gente ainda vai se cruzar por aí – ela disse.
_Não se depender de mim.
Eu evitei o abraço e nem toquei a mão dela. Com ela, sim, aprendi uma coisa. A ter asco da promiscuidade.
Paula
_Ai, meu querido, meu querido, meu querido...não dá mais.
_Não mesmo.
_A gente se fala.
_Você fala.
_Eu te ligo.
_Vou mudar o telefone.
_Você sabe, temos um problema de comunicação.
_É só de um lado.
_O que você disse?
_Hã?
_Esquece.
_Lembrarei.
Joana (de novo)
_Olha, me desculpa qualquer coisa, viu?
_Está tudo bem.
Priscila
_Ai, Cá, é tão triste terminar desse jeito.
_É muito triste, Pri.
_E você, vai ficar bem?
_Vou ficar bem, Pri.
_Ai, Cá, diz alguma coisa, vai?
_Alguma coisa.
_Careca idiota.
Joana (mais uma vez)
_Olha, me desculpa qualquer coisa, viu?
_Você sempre fala isso.
_O quê?
_Você me pede desculpas toda vez que termina comigo.
_E isso é imperdoável?
Esmeralda
_Careca, eu sou muita areia pro seu caminhãozinho, meu bem. Não leva a mal, mas você é apartamento, eu sou ponta de picolé. Eu sou lingerie, você é roupa de baixo. Elevador, escada. Seda, algodão. Alecrim e manjericão.
_ Eu sou uma anta e você é uma capivara. Tchau, Memê.
Flávia Tatiana
_Continuamos amigos?
_Ex-amigos. Conhecidos é melhor.
_E por quê?
_Porque minhas amigas não têm nome duplo e nem cara dupla.
Diana
_Careca, meu amor, você é lindo, mas eu tenho outro.
_Quem é o cara?
_É o Duduzinho. Lembra dele? Dois metros de altura, halterofilista, campeão de jiu-jitsu, bateu em três PMs no carnaval...
_Uma flor de pessoa.
_Ele disse que quer te conhecer, encontrar, bater um papo.
_Vai ser bom desencarnar.
_O quê?
_Sem ser esse, a gente se encontra no próximo... milênio.
Joana (a última vez)
_Olha, me desculpa qualquer coisa, viu? – ela disse.
_Não teve nada para desculpar, ou teve?
_...
_ Tem?
_ Você também não é nenhum santo.
_Eu não disse nada.
_Nem precisou, com esse jeito de olhar.
_É pra te ver melhor, Chapeuzinho – eu disse.
Mas depois daquele sábado, nunca mais nos vimos. Somente ontem, procurando uma coisa no supermercado, eu a vi de relance. Nem tive coragem de dizer nada. Foi melhor assim.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Pouca farinha no leite
Éramos seis, e hoje somos até mais, mas estamos cada vez menos juntos. Quando estávamos empolgados demais, era assim que a mãe nos refreava. “Pouca farinha no leite, vocês”. E tratávamos de conter o excesso, seja do que fosse. A frase também era muito usada para os assuntos de namoro. “Olha, olha, pouca farinha no leite com a Fulana, viu?”. Mas para isso eu e o meu irmão não dávamos bola. Pelo contrário. Com as namoradas, o que mais queríamos era abusar da farinha no leite e do leite na farinha. Elas gostavam.
Pensando bem, em geral a expressão era usada quando estávamos a falar bobagem. Não estou falando de obscenidades, nunca fomos chegados a isso. Nem de piadas picantes, ou de safardanagens e fofocas em geral. Mas as coisas idiotas, as situações ridículas em que às vezes nos metíamos. Gostávamos de rir de nós mesmos. Depois ficamos mais sérios. Ficamos mais metidos a grandes coisas, e algumas até fizemos e conquistamos. Mas fomos perdendo a capacidade de rir do próprio nariz, de fazer piada com a própria burrice.
Quando paro para pensar, acredito que isso se deve ao excesso de porrada que levamos de todos os lados. Se fôssemos boxeadores, estaríamos todos no quarto de hotel, com o nariz quebrado, a lembrar dos bons tempos, do tempo antes de conquistar o primeiro campeonato. É só o que sobra. A lembrança.
Outro dia tive um sonho horroroso. E tratava exatamente da lembrança. Alguém estava ameaçando levar a minha memória embora. Demorei a descobrir que aquela sombra terrível significava isso: perder a memória. O sujeito não tinha rosto, era somente uma presença incômoda que começava a se aproximar. E então eu começava a ver as coisas boas que me aconteceram. O meu primeiro jogo de xadrez. O meu skate. Um único e maravilhoso gol que fiz de bicicleta. Uma bicicleta. O primeiro disco que comprei, um LP dos Beatles.
E então eu olhava para trás, e o xadrez havia desaparecido. O skate sumia das minhas mãos. E embaixo dele estavam colados dezenas de adesivos que eu colecionava. Até a bicicleta começava a desaparecer. E o meu gol maravilhoso também desaparecia feito aquela foto do filme “De volta para o futuro”. Eu me agarrei ao LP dos Beatles e falei para o sujeito sem rosto, quase gritando: “Esse não, esse é meu, ninguém vai levar o Sargento Pimenta. Pode ir embora, xô, maluco...”
E eu acordei, com uma cotovelada certeira da Patroa. Por causa disso, hoje de manhã fui para o hospital, ó meus sete leitores, e só agora estou atualizando o blog.
Pensando bem, em geral a expressão era usada quando estávamos a falar bobagem. Não estou falando de obscenidades, nunca fomos chegados a isso. Nem de piadas picantes, ou de safardanagens e fofocas em geral. Mas as coisas idiotas, as situações ridículas em que às vezes nos metíamos. Gostávamos de rir de nós mesmos. Depois ficamos mais sérios. Ficamos mais metidos a grandes coisas, e algumas até fizemos e conquistamos. Mas fomos perdendo a capacidade de rir do próprio nariz, de fazer piada com a própria burrice.
Quando paro para pensar, acredito que isso se deve ao excesso de porrada que levamos de todos os lados. Se fôssemos boxeadores, estaríamos todos no quarto de hotel, com o nariz quebrado, a lembrar dos bons tempos, do tempo antes de conquistar o primeiro campeonato. É só o que sobra. A lembrança.
Outro dia tive um sonho horroroso. E tratava exatamente da lembrança. Alguém estava ameaçando levar a minha memória embora. Demorei a descobrir que aquela sombra terrível significava isso: perder a memória. O sujeito não tinha rosto, era somente uma presença incômoda que começava a se aproximar. E então eu começava a ver as coisas boas que me aconteceram. O meu primeiro jogo de xadrez. O meu skate. Um único e maravilhoso gol que fiz de bicicleta. Uma bicicleta. O primeiro disco que comprei, um LP dos Beatles.
E então eu olhava para trás, e o xadrez havia desaparecido. O skate sumia das minhas mãos. E embaixo dele estavam colados dezenas de adesivos que eu colecionava. Até a bicicleta começava a desaparecer. E o meu gol maravilhoso também desaparecia feito aquela foto do filme “De volta para o futuro”. Eu me agarrei ao LP dos Beatles e falei para o sujeito sem rosto, quase gritando: “Esse não, esse é meu, ninguém vai levar o Sargento Pimenta. Pode ir embora, xô, maluco...”
E eu acordei, com uma cotovelada certeira da Patroa. Por causa disso, hoje de manhã fui para o hospital, ó meus sete leitores, e só agora estou atualizando o blog.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Cavar um divórcio é fácil
A Patroa adora brigar comigo. Há 15 anos ela adora brigar comigo. Há 15 anos deixei de me importar com brigas. Porque eu adoro a Patroa. Ela tem um mau-humor de manhã tão crônico que aquilo deveria ser pego com cuidado, lacrado e enviado para análise num laboratório. Se ninguém descobrisse o que é, deveria ser emoldurado. O mau-humor dela é o que existe mais próximo do estado da arte.
Imagine uma pessoa que rosna. Agora imagine uma pessoa que rosna e arranha. Acrescente a isso morder, esbravejar e lançar perdigotos. Mesmo assim ainda não se tem a mais pálida noção do que é o mau-humor dessa mulher no período matutino. Se ainda por cima estiver de TPM, o melhor que você faz é evitar contato visual. Mantenha as mãos sempre visíveis, evite movimentos bruscos. Jamais levante a voz. Faça como a mulher que amava os gorilas: abaixe a cabeça e assuma uma postura submissa. Minha Patroa com TPM, no período matutino, vira Macho Alfa do Mundo Animal. Se eu enfrentasse um gorila teria maiores chances de escapar com vida. Nessas horas, se eu pudesse fazer buracos, ficaria com a cabeça enterrada no chão do apartamento. Covarde, sim. Mas vivo.
Eu deveria dizer que adoro o mau-humor da Patroa. Mas isso não é verdade. Detesto o mau-humor dela. Mas é parte dela. Veio no pacote. Não há como mudar isso. E idiota do sujeito que pensa que vai mudar uma outra pessoa. Ela tem outras qualidades que superam de longe essa questão do mau-humor. Por exemplo? Bom, tem a ... tem o .... daqui a pouco eu digo. O que importa é que, de manhã, evito contato visual, olho no olho. Se o banheiro está ocupado, vou para o outro, rapidinho. Respeito o espaço. Dou ampla margem para manobra. Evito ficar próximo dos cotovelos. Não esbarro, toco ou trisco. Não se deve facilitar. Às vezes, o encaixe de um golpe fácil pode ser irresistível se você ficar à disposição. Você sabe, Napoleão perdeu a guerra, escorregou o sabonete. Ficar em certas posições é pedir para ser sacaneado. Com o mau-humor dela não se brinca.
Também evito qualquer menção ao mau-humor. É um assunto tabu entre a Patroa e eu. Temos quase um pacto de silêncio sobre esse assunto. E eu sou tão precavido que, de manhã, evito conversar com ela sobre qualquer assunto que comece com “H” ou com qualquer letra do alfabeto. Eu ainda rezo para o dia em que ela acordará de manhã, bem cedo, para a RRM - Reunião dos Raivosos Matutinos. Só ela poderá mudar o próprio comportamento. É que lá, os RRM começam as reuniões dizendo a quantos dias não explodem enquanto os outros ainda estão escovando os dentes.
“Bom dia, meu nome é Patroa, e já faz uma semana que eu não grito com ninguém depois do banho de chuveiro. Também não estou bufando e nem com vontade de beliscar um caranguejo com as unhas. Ontem fiquei com vontade de enrolar o papel higiênico no meu marido, mas eu me contive. Em compensação, acabei com o último rolo de papel antes que ele entrasse no banheiro. Hoje, antes de vir para esta reunião, acabei com a pasta de dentes. E fico muito feliz em imaginar meu marido escovando com o sabão de glicerina que sobrou... ”
Sim, eu também fico feliz só de imaginar essas reuniões. Aliás, fico feliz só de imaginar ela a dizer bom dia. E se você souber onde os RRM se reúnem, por favor, escreva para o e-mail da Patroa. Cavar um divórcio é fácil. O difícil mesmo é cavar um tesouro no casamento com glicerina nos dentes.
Hoje foi mais ou menos assim. Agora sou responsável pelo fracasso das férias. Que ainda não aconteceram. Mas de manhã não dá para discutir. É melhor não contrariar.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
História para revista de sacanagem
Fazia um calor desgraçado naquela terra. E eu estava numa pindaíba danada. Além disso, eu tinha menos de vinte anos. A única vantagem é que a praia era uma beleza. Mas a água era quente. Eu prefiro água fria. E aquela loura sempre aparecia depois que eu entrava na água do mar.
Eu havia iniciado um programa de exercícios. Pela manhã, corria a praia do início ao fim, ida e volta, o que dava quatro quilômetros. Nadava paralelo à praia durante uma hora. Depois fazia uma porção de flexões de braço, barras e paralelas. Os músculos ficavam saltados. Eu partia para os exercícios de alongamento. Eu me sentia um super-cara, forte, rígido e flexível. E aí, como quem não quer nada, a loura aparecia.
No primeiro dia eu já havia notado o anel de noivado. Uma aliança com brilhante de verdade, grande. Coisa de gente fina, com muito para gastar. A loura também tinha beleza de sobra, para dar e vender. E eu esperava que fosse para dar. Tinha um par de peitos que, da distância em que eu estava, parecia ter custado o triplo do anel. Usava um biquíni verde, uma saída de praia e um par de chinelos amarelos. Outras coisas brilhavam no pescoço e nas orelhas. De frente, era o tipo de mulher fogosa que deveria ser mantida bem longe das calotas polares. De costas, pois ela deu um jeito de me mostrar as costas e o que há debaixo dela, ela me fez lembrar de programas censurados do Mundo Animal. Depois de alguns segundos de contemplação tive que correr para dentro da água, que me pareceu muito mais fria e refrescante. Quando voltei, a loura havia sumido.
Nos outros dias, os biquínis mudavam de cores. A saída de praia parecia ser a mesma, amarrada de formas diferentes. Os colares e brincos também variavam, mas o anelzão de brilhante continuava no dedo da mão direita. E ela agora sorria para mim. E me encarava. E depois, parecia que ia colocar o dedo indicador na boca. E aí mudava de idéia. Passava a língua devagar nos lábios. Cruzava as pernas. Descruzava. Sentava. Levantava. Agachava. Ficava na ponta dos pés, uma bailarina na beira da praia. Parecia nervosa. Relaxava e depois ia até o vendedor de picolés. Voltava com um picolé de coco, um refrigerante, uma laranjinha. E durante uns cinco minutos, eu me imaginava como um sorvete de frutas, sem casquinha. Eu era lambido e escorria pelos seus dedos, escorregava pela suas coxas, pingava naqueles valiosos seios. Eu corria para dentro da água. E quando eu voltava, a loura havia sumido.
Um dia tomei coragem e resolvi falar com a loura. Foi antes dos exercícios de alongamento. Os músculos estavam pulando para fora. Eu parecia uma versão tupiniquim do Exterminador do Futuro, de sunga. Fui caminhando devagar, olhos nos olhos, pela areia quente. Eu não sentia dor. Sorria. A loura também. Eu passei a língua nos lábios. A loura também. Eu levantei as sobrancelhas. A loura também. Eu pisquei um olho, o direito. A loura não piscou. Parei na areia. Talvez ela não soubesse piscar. E a areia quente começou a queimar as solas dos meus pés. Ai, caramba, eu disse. E a loura também.
Comecei a andar mais depressa. Mas, a cada passo, a temperatura da areia parecia ampliar a distância que me separava da calçada. Corri. E alcancei a calçada. E aí realmente queimei a sola dos pés. A loura ria. Gargalhava. Eu sapateava como se o Exterminador do Futuro imitasse Fred Astaire. Sem sapatos. E não havia sombra de nenhuma sombra até onde a minha vista alcançasse. E o anel brilhava. E então vieram as câimbras. (Continua)
domingo, 2 de dezembro de 2007
Está na foto
Tudo o que eu precisava saber sobre a minha turma podia ser visto numa foto que tiramos em 2001. Eu não me lembrava de estar sóbrio na ocasião. A julgar pelo ano, eu provavelmente não estava. Durante cerca de 15 anos da minha vida eu fiquei tão sóbrio quanto o peru na véspera do Natal. Tudo o que eu precisava saber sobre mim está na foto. Eu ainda tinha cabelo. Eu ainda podia ser considerado jovem. Eu tinha uma porção de sonhos estampados na testa. E essa coisa está mudando a configuração sozinha.
sábado, 1 de dezembro de 2007
Como organizar a Ceia de Natal
As ruas já estão enfeitadas e os shoppings já exibem filas de meninos e meninas para ver o Papai Noel. Eu gosto dessa época do ano. Parece haver uma disseminação de boa vontade no ar, que é falsa, mas mesmo assim é melhor que a indiferença generalizada de sempre. Nessa cidade, todos parecem se preocupar em demasia com a privacidade. E isso costuma ser interpretado como indiferença, frieza e distanciamento. Mas, na maioria das vezes, é só civilidade. E no Natal, essa civilidade não se disfarça e se esbalda em solidariedade. Vivo numa cidade legal e, em geral, gosto do povo que vive aqui. Mas esse é, disparado, o melhor período para se passear por aqui. Até o chato que diz que vai vigiar o carro no estacionamento parece menos ameaçador. É tempo de paz. É tempo de ficar perto de quem a gente gosta. Não é tempo de brigar e nem de ficar sozinho.
Acho que seria muito bom se o santo do calendário pudesse influenciar positivamente a vida da gente. Se a gente pudesse ser feliz, com a fogueira no coração, no Dia de São João. E ser fortaleza de pedra, no dia de São Pedro. E ser bom como foi o santo, no dia de São Francisco. Mas nem sempre dá certo.Uma amiga minha disse que brigou com a família no Dia de Todos os Santos. Só podia dar em briga mesmo, é muito santo para um dia só. O problema é que agora ela terá de passar o Natal em casa. E será a primeira vez que fará uma ceia em casa.
E foi aí que eu me toquei. Nunca fiz uma ceia de Natal em casa. Sempre passei em família, ou na casa dos outros. E embora tenha participado da organização de algumas ceias, nunca o fiz de maneira integral, ou seja, nunca organizei uma em minha própria casa. Por isso, dentro do melhor espírito de “quem-não-faz-ensina” vou passar umas dicas de como organizar a melhor ceia de natal que você já viu.(Continua)
Assinar:
Postagens (Atom)