terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Uma raquete frenética e ketchup

A novidade apareceu na casa do meu pai, nesta terça-feira. Uma raquete de tênis elétrica para os pernilongos. É um aparelho interessante. Possui um plug embutido no cabo da raquete para ligar na tomada. As baterias carregadas têm uma longa autonomia para o morticínio de pernilongos. E lá tem muuuiito pernilongo. Em alguns minutos, iniciamos uma competição para ver quem provocava a maior devastação nos mosquitos da área. Ninguém ganhou. Havia mosquito para todo mundo, a raquete elétrica não parava de funcionar.

O barulho de estalo que a raquete produz ao queimar um inseto é meio hipnótico, num instante entramos em frenesi de tanto matar mosquito. Os insetos não tiveram muita chance.

_Matei sete!
_Matei dez!
_Matei uns quinze!
_Não senhor, no seu caso foram os mosquitos que se suicidaram, você nem mexeu a raquete.
_Suicídio mosquital também conta!
_Não, senhor, não vale.
_E no seu caso não foram quinze mosquitos, pelos estalos deve ter sido só uns dois ou três mosquitos durões, que ficaram se debatendo na raquete.
_Mosquito resistente vale mais, oras. É o mosquito Aédis Apagas...

Aí cansamos de matar mosquito e de falar bobagem.

Depois, quando todos estávamos sentados, conversando, minha filha de cinco anos se aproximou da raquete. Eu tentei não bancar o super-protetor tolhedor e só falei para ela tomar cuidado para não tocar na tela da raquete. Alguns segundos depois, minha filha se assusta com o choque e o estalo da raquete. Ela queimou o dedo. A primeira reação foi dizer que não havia doído. Depois desmoronou no meu colo, choramingando de vergonha e de dor por ter se queimado.

Cinco minutos de consolo não foram suficientes para aplacar o choro. Minha irmã teve uma saída providencial.

_Todo mundo sabe que o ketchup é o melhor remédio do mundo para queimadura de raquete. Quer passar ketchup? - ela perguntou.

_Quero - aceitou a minha filha, tendo o dedo totalmente lambuzado de ketchup. Ela lambeu o molho de tomate e bnum instante esqueceu o choro e abriu um sorriso.

Num instante, todos nós fingimos querer uma queimadura no dedo para se lambuzar de molho de tomate. Até que é bom.

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