Eu não sei nada sobre clima. Não sei nada sobre o tempo, também. Mas alguma coisa mudou e, em alguns lugares, foi para pior. Mas nem sempre. Veja o clima político, por exemplo. Altas temperaturas com possibilidades de mais chuvas e trovoadas no Distrito Federal. Muitos torcem para que raios atinjam alguns corruptos mais notórios. Eu também. O mar não está para meias e panetones, mas o clima é bom.
No Supremo Tribunal, nuvens negras deveriam pairar sobre as cabeças dos ministros que decidiram manter a censura sobre o Estadão. Daqui a pouco, as pautas serão decididas nos gabinetes dos juízes. Predominarão notícias sobre o clima? Tenho as minhas dúvidas. Mas nem vale mais a pena comentar decisão do Supremo. As supremas cabeças estão nas nuvens, há muito tempo. O clima é ruim.
No plano internacional, depois das sapatadas, agora é hora da chuva de porrada nos políticos boquirrotos. Começaram pelo italiano Berlusconi, que ficou conhecido por nocautear profissionais do sexo de todos os sexos. Torço para que a moda chegue aqui, já tenho uma lista de políticos que, na minha modesta opinião, deveriam ser nocauteados em público. Mas acho que vamos precisar importar boxeadores cubanos para dar conta do recado. O clima é ameno, até.
Desde já aviso que não sou a favor nem contra as mudanças climáticas. Elas acontecem, é tudo. Acho que a humanidade, tadinha, não está com essa bola toda. Não somos capazes de alterar a temperatura do planeta. Nosso nível de flatulência ainda não é elevado o bastante, embora alguns indivíduos da política já atinjam marcas elefantinas, diariamente. Somos, no entanto, capazes de provocar nossa própria destruição e também das espécies que nos circundam. Em geral, destruímos o que mais gostamos. Gente, água, árvore, bicho. O clima é de morte, eu sei.
O modo como as coisas estão indo é que não é legal. Falta tempo pra tudo. E não há clima para otimismo. As coisas, vistas do avesso, parecem fazer mais sentido. Daí porque não estranhei que o Nobel da Paz fosse para o presidente de um país que continua em guerra, que vai mandar mais 30 mil soldados para a guerra e que não fala mais em parar com a guerra. Ao contrário, deixa cada vez mais claro que se não der, pau vai comer. Está certo? Está errado? O clima é de não se discute.
Em todos os lugares, o pragmatismo vence a utopia de um mundo mais equilibrado, com mais oportunidades para todos. Estamos mais e mais distantes do “brotherhood of men”. E nem estou me lamentando, sempre achei essa conversa meio invertida. O clima é blasé.
2 comentários:
como você tá reclimando hoje, careca.
Franka, já tem tempo...
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