Tenho uma caneta que fica em pé. É uma esferográfica-termômeto-relógio-cronômetro-despertador. Uma maravilha como essa teria custado a vida de duzentas concubinas chinesas há cem anos. Não sei quanto custou, mas parece ter custado pouco. Foi minha mulher que trouxe essa caneta e colocou sobre a mesa. As crianças gostaram.
Ela parece levitar, dependendo do ângulo que se olha. Não parece muito resistente. É feita com um plástico bem leve. Eu uso essa caneta para anotar recados e coisas que preciso me lembrar, quando estou ao telefone. É bem útil. Mas o termômetro não funciona bem. E o relógio é difícil de acertar. Mas funciona corretamente. O cronômetro não tem muita utilidade pra mim. Uso para brincar de prender a respiração, brincando com as crianças. Também gosto de cronometrar o Rafael, quando jogo a bola de poliuretano para ele pegar. É bastante rápido esse cachorrinho. E esperto. Ele sabe que não dá conta de frear no piso do apartamento e já conta com a derrapagem e o toque na parede com apoio para impulso. Ele está reduzindo seus tempos, desde que começamos a brincadeira.
Minha caneta parece desafiar a gravidade. Ela oscila sob o relógio digital embutido, equilibrada sobre a ponta esferográfica de tungstênio. Sei que é só um pequeno imã que a sustenta, em suspenso. É bem cômodo manter a caneta assim, dessa maneira.
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