quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Carnaval
The CONNECTION - "Seven Nights To Rock"
Há quem goste de carnaval. Conheço um monte de gente que faz de tudo para ficar no meio da folia e acha o maior barato ficar sem camisa ou com pouca roupa, de braços levantados e pulando feito doido no meio de uma multidão. Confesso que essa parte maluca também me atrai, de verdade, mas eu me canso rapidamente, então nunca consegui curtir muito pular no meio da galera. Tenho essa coisa de não gostar de encostar em gente suada, também. Pode ser um problema, eu sei. Tem gente que não liga a mínima. Encosta numa boa. Eu não. Também não suporto ficar pulando de braço pra cima. É frescura, eu sei. Ou trauma educativo. Minha mãe sempre detestou que eu ficasse sem camisa em casa e jamais me estimulou a ficar pulando com os braços pra cima. Ela até hoje vê as cenas do carnaval na TV e reclama:
_Mas que falta de educação! E aposto que o desodorante desse povo está tudo vencido, que horror! - ela sempre diz.
Acho que ela tem um pouco de razão. Não tenho muita certeza sobre o cheiro, porque tal qual a raposa daquela fábula contada por Monteiro Lobato, sempre ando endefluxadíssimo, quase não consigo sentir cheiros. Mas tem gente que curte e respeito isso.
Tem a coisa da birita, também. As pessoas são muito tolerantes com a bebida no carnaval. Eu também sou, mas o meu fígado não é mais o mesmo então já não consigo acompanhar esse bloco. E todo mundo sabe que se você é o único que não está biritando, a festa não é a mesma coisa. Além disso, as leis também estão mais rígidas. Muito embora a fiscalização seja a mesma, não me atrevo a correr o risco de ser preso depois de tomar um copo e ser apanhado numa blitz. Também não me animo a deixar o carro longe do lugar onde é possível acompanhar a multidão. Com a sorte que eu tenho, na volta encontrarei o carro com o vidro quebrado, posso apostar. Hoje em dia as coisas também estão complicadas na hora de decidir a fantasia. Em outros carnavais, sempre havia uma partida de futebol com todo mundo vestido de mulher, só de farra. Mas hoje isso é muito politicamente incorreto ou tem gente cheia de razão para fazer uma leitura equivocada da brincadeira. Se você veste a cabeleira do Zezé, está arriscado a levar uma surra do grupo GLS, por se passar por gay, dos fascistas, por estar vestido como um gay, e dos gays que não gostarem da sua maquiagem ou do seu jeito debochado.
Tem ainda o problema da música. Eu gosto de ouvir música alto, não acho ruim, embora os meus tímpanos já não sejam os mesmos. Som alto demais acaba me deixando irritado. Também tenho enorme dificuldade para entender o significado de qualquer música de carnaval. Acho bacana, curto o ritmo, a parada da bateria, mas entendo pouco.
Por último tem a combinação de tudo: povo suado, pular de braço levantado durante horas, multidão, birita e bebuns, fantasia e música alta distorcida rompendo o tímpano. Me desculpe, mas não consigo encarar.
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