quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Só vale o que está escrito
Hackney Colliery Band - No Diggity
Meus filhos acreditam em Papai Noel. O mais velho, de oito anos, tem lá suas dúvidas, anda conversando com os primos, está desconfiado. A menina, não. Com sete anos, minha menina escreve bilhetes para o bom velhinho e depois dá um jeito de amarrá-los na árvore de Natal.
_E como o Papai Noel vai encontrar o bilhete? - eu disse.
_Mágica, paiê. Ele faz tudo com mágica - ela me disse.
E eu tenho que ajudar, é claro.
Tenho dó de jogar as cartinhas fora e nunca me lembro de comprar envelopes para enviar as cartas de verdade, pelo Correio. Voluntários respondem as cartas por todo o país. Eu mesmo já respondi cartas ao Papai Noel. Uma resposta eu lembro até hoje. Era de um menino de onze anos, que dizia que tinha sido um bom menino e pedia um playstation para o velhinho.
_Querido menino, que bom que você tem onze anos e ainda acredita em mim. Os duendes não fabricam playstation para evitar processos contra a pirataria por parte da fábrica japonesa. Fico feliz por você ser um bom menino, mas está na hora de cair na real. Peça um presente mais em conta para o seu pai porque a crise não está de brincadeira. Um abraço do Papai Noel.
No ano passado, achei que estava inventando e chamei os meninos para mandar um e-mail para o Papai Noel. É claro que já havia uma porção de twitters, blogs, sites e e-mails oficiais para o Papai Noel e até para duendes e renas do Pólo Norte. Por isso decidimos manter a comunicação tradicional com a turma do ártico: só vale coisa escrita no papel.
Na segunda-feira encontrei uma porção de bilhetinhos com pedidos de outros natais. Num deles, meu filho pede a paz no mundo. Em outro, pede um dinossauro do Jurassic Park. Bom, eu ajudei um pouco e consegui entregar o dinossauro.
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