quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Do tempo das cavernas
Joni Mitchell - River
Meu vizinho de trás colocou luzes coloridas piscantes numa árvore. À noite fica bonito. Mas da primeira vez que vi, pensei que estava revivendo um pedaço apagado de Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Corri para a cerca já preparado para repetir trechos musicais. Contatos Imediatos. Caramba, como sou antigo.
Desde que falei que a Internet não existia quando eu era menino, meu filho finge que sou do tempo das cavernas.
_Pai, no seu tempo como vocês faziam fogo? - ele provoca.
_Ih, era difícil. Nunca consegui fazer fogo com arco e graveto. Tínhamos que procurar pedras especiais para fazer faíscas, além de catar grama seca e papel. Se chovesse, era um horror - eu disse.
_Nossa, e vocês comiam carne crua?
_Você está brincando?! Eu como carne crua até hoje, sua mãe é que gosta de bife bem passado - eu disse.
_Não, pai, fala sério. Vocês caçavam o quê? - ele disse.
_Eu não caçava nada. Criança só pescava e ajudava a fazer roupas com o couro da caça.
_E televisão, vocês tinham?
_Lá na caverna do vovô tinha uma, mas a antena era bem ruim...
Às vezes eu acho que o sarcasmo é uma coisa hereditária.
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