sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Reconstruindo o Careca
Bob Dylan - Shelter From The Storm
Ainda não comecei os preparativos para o próximo ano. Em outros anos, esvaziei gavetas e armários, fiz promessas de evitar o acúmulo de coisas desnecessárias. Neste ano está sendo um pouco diferente. Antes da mudança, já havíamos feito uma geral nos guarda-roupas. Nos livramos de muita coisa à tôa. Sempre sobra alguma coisa, mas de fato, acumulamos menos. E sempre é possível organizar melhor e de uma maneira mais inteligente o que sobrou.
No escritório, onde passo boa parte da noite, dois armários continuam à espera de muita arrumação. Deixarei para a próxima semana, é claro. Dos trabalhos prometidos de marcenaria, ainda falta fazer um carrinho de apoio para churrasco. Toda a madeira está cortada e lixada, talvez consiga montar tudo neste final de semana. Fiz dois banquinhos e terminei hoje a montagem de uma mesa de apoio. Os banquinhos serão pintados de branco. A mesa receberá um verniz transparene, à base de água, que seca em menos de duas horas. Esse verniz é menos durável, deve ser repetido todos os anos, mas não tem cheiro e não embrulha o estômago.
Está sendo um ano de reconstrução. Estou reaproveitando madeira, lixando, pintando e renovando as partes velhas da casa onde moro.
A verdade é que existe muita coisa para reconstruir. No escritório também existe uma prateleira cheia de plastimodelos quebrados. É a minha coleção de aviões. Quase todos se quebraram na mudança. Coloquei todos na mesma estante, incluindo os biplanos e triplanos, que eram tão bonitos. Ainda não tive ânimo de reconstruí-los, têm surgido outras coisas mais urgentes para fazer.
Nessa estante também está a antiga aparelhagem de som, que inclui o toca-discos com luz estroboscópica. Falta o cabeamento, as caixas de som e paciência, muita paciência, para colocar tudo em ordem e em perfeito funcionamento. Por enquanto, para escutar música uso o ipod acoplado ao uma caixa que parece um porquinho ou então fones de ouvido.
Entre as coisas para reconstruir incluo a minha vida e o meu caminho. Essa minha trajetória, tão curvilínea, tão cheia de altos e baixos, só não é monótona. Tenho uma vida boa, embora o meu tom de voz pareça tão depressivo e soturno de vez em quando. Talvez eu tenha simplesmente mudado. Já fui mais eufórico e expansivo. Hoje estou mais contido, me sinto melhor desse jeito. Talvez mude de novo, quem sabe não volto a dar risada de tudo?
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