segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Guia de Restaurantes do Careca



Joe Cocker and Grease Band - Feelin' Alright

Eu queria um dia escrever um guia dos restaurantes que vale mesmo a saída de casa, aqui em Brasília. É mais um dos milhares de projetos que já comecei , mas deixei sem terminar em alguma pasta eletrônica numa nuvem qualquer. A tecnologia é uma grande aliada dos homens e mulheres sensatos, que imprimem o que interessa e fazem back-up do que é importante. Eu ando esvaziando gavetas e subindo arquivos. Isso é burrice, eu sei, se houver uma pequena tempestade informática meus gigabytes serão destroçados por fagulhas cibernéticas. Seria mais prudente imprimir as coisas e esconder no fundo de uma gaveta. Num dia de sol, eu vasculharia os armários e poderia reencontrar meus pensamentos desconexos alimentando traças e outros insetos chegados em papel. Isso tudo é para dizer que nos últimos dias o sistema elétrico local tem apresentado falhas desconcertantes, meu provedor idem, e minha preguiça tem se agigantado, de forma que o meu exercício diário de blog tem sido bastante intermitente. Mil sinceras desculpas a você, leitor da kombi, que entra aqui todos os dias e só tem encontrado clipes.

Sim, quase me perco, mas vamos lá. É verdade de fato que já escrevi umas cinquenta páginas desse guia, que trata da localização, arrumação, serviço, higiene e pratos de alguns restaurantes que frequento aos sábados, e sempre aos sábados, na boa e confiável companhia da minha mulher, do meu amigo Dr. Cabeça e da sua esposa, sempre elegante e bem-humorada, Maira. Ultimamente temos tido também a companhia do Irmão do Dr. Cabeça, pianista clássico de mão cheia, financista versado em letras de câmbio e sabedor de tudo, menos de futebol, que ninguém é perfeito.

Assim de cabeça e agora, aproveitando que a energia e a internet estão finalmente de volta e estáveis, escrevi com certeza sobre o Beirute, que conheço de longa data. Ali a comida é boa e barata, a cerveja está sempre gelada, o chopp é bem tirado, os garçons são gente boa, mas é só. As mesas são apertadas, os bancos são espartanos, o barulho é de algazarra e é preciso conversar aos berros em alguns horários. Não há luxo no Beirute. Nem excessos. Há quem considere o kibe bem feito, outros preferem o filé a parmegiana. Eu gosto do kafta e do mixui. Houve um período em que não dispensava o arak e o steinhagen, junto com o chopp. Mas isso já faz tempo. Eu ainda morava na Asa Sul. Hoje moro mais perto do Beirute da Asa Norte, onde servem comida da mesma qualidade, mas o ambiente é ainda mais estreito. Alguns dos velhos garçons agora andam por lá.

Escrevi sobre uns 15 restaurantes. Talvez ainda volte a falar sobre isso. Mas é preciso ser sincero. A turma está cobrando os olhos da cara, servindo umas coisinhas de nada e ainda dão aquela olhadinha marota quando a gente pede a Nota Legal.

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