Eu e a minha mulher fomos hoje à reunião com os pais na escola. Não abrimos a boca. Não é a melhor escola do mundo, mas também não é a pior. As crianças gostam de ir para as aulas, aprendem tudo rapidamente, têm bons amigos e amigas e não apresentam maiores dificuldades. Além disso, a escola fica a dois minutos de casa. Desconfio que estejamos acomodados e nem um pouco preocupados em lutar por uma melhor qualidade de ensino. Ela talvez até exista, mas não podemos pagar, é simples. Alguns pais ensaiaram críticas, deram testemunhos ou corroboraram enfaticamente o discurso pedagógico da professora e da diretora da escola, mas prestei pouca atenção. Estou um pouco cansado de ouvir as mesmas coisas. As cotas instituídas disso e daquilo corromperam a minha noção da escala de mérito, a verdade é que a educação deixou de ser reverenciada e passou a ser encarada como um serviço qualquer. Então eu encaro. Quando esse serviço é prestado por funcionários do governo, ele tende a ser ruim. Quando é prestado por particulares, tende a ser um pouco melhor, embora ainda seja desproporcional em relação ao seu alto custo. De qualquer forma, estamos reféns de um ou de outro e pagamos caro por ambos. A professorinha falou um bocado sobre os bons serviços prestados, mas a verdade é que deixou muito a desejar em diversos aspectos. Entretanto, qual é a alternativa que temos? Procurar uma nova escola e correr novos riscos no próximo ano? Nem pensar. Vamos continuar onde estamos.
Uma coisa me impressionou durante a reunião. No meio do palavrório de educador, a diretora da escola inseriu um pequeno discurso dizendo que estamos sendo diariamente bombardeados por notícias e informações negativas e que a escola também representava um baluarte contra a onda negativa. Tsunami ou marolinha? Tive vontade de rir. Vivo numa rua tranquila, as pessoas daqui não têm vida noturna. Todo mundo se preocupa com segurança. Todo mundo se preocupa com saúde. E todo mundo está apreensivo. Dezembro ainda nem começou mas o ano que vem parece estar virando a esquina. E não é que eu seja pessimista, mas nunca foi marolinha.
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