quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Intelectuais
Houve uma época em que eu acreditava que poderia ser um intelectual. Isso já passou, juro. E durante esse período, que durou dos meus vinte anos até mais ou menos as quatro da tarde do último dia da semana passada, eu acreditava que uma das melhores maneiras de se convencer alguém sobre a minha legítima intelectualidade era a citação de frases ou acontecimentos sobre pessoas indubitavelmente reconhecidas como intelectuais. Isso parece simples, mas não é.
Sendo brasileiro, citar pessoas começa com um problemão logo de cara. Nossos intelectuais contam-se entre os dedos de um maneta de três dígitos, então fica difícil pacas fazer citações de frases sem ser extremamente repetitivo. Além disso, como já disse um desses intelectuais, sucesso no Brasil é agressão pessoal. Então mesmo se o cara for um gênio reconhecido e coisa e tal, quase sempre não se levanta a bola do citado e se abre aspas para uma tal de “voz corrente”.
_Toda unanimidade é burra!
_Boa, muito bacana. É do Nelson Gonçalves?(Sim, alguém sempre confunde o escritor com o cantor).
_Não, é “voz corrente”. E Gonçalves era o cantor. O escritor era o Rodrigues.
_Aff.
Além do estoque limitadíssimo de unanimidades intelectuais, nós também temos sérios problemas de reconhecimento de autoria e confusão total de nomes, prenomes, bairros e localização geográfica. Por isso, eu achava que poderia quebrar o galho citando celebridades nacionais de áreas menos acadêmicas, como os humoristas Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Tirante o primeiro, que já não cito há quase uma semana, os outros não têm sobrenome, ninguém sabe onde nasceram e eram parecidos com as pessoas que encontrávamos em cada esquina. Dentre esses quatro, aliás, o meu preferido sempre foi o Mussum, ou o velho e bom Mussa.
Durante anos citei o Mussa durante as reuniões de amigos e até mesmo em ambientes profissionais. Uma vez até me passou pela cabeça que talvez por isso tenha sido demitido tantas vezes. Mas depois pensei melhor, é claro que não foi por causa do Mussa. Afinal de contas, todo mundo toma suco de cevadis. Todo mundo se pirulita quando pode. E todo mundo fala “é nú forevis” quando percebe que a coisa está preta para o seu lado e não adianta encostar na parede.
Então, apesar de todas as dificuldades, eu estava decidido a continuar sendo um intelectual com citações de pesos pesados como Maguila, Wando, Neguinho da Beija-Flor e Odair José até que encontrei o meu amigo Cabeça no final de semana passado. Esse sim, eu pensei, é um legítimo intelectual. Perto dele sou como um verbete recém-iniciado da Wikipedia. Foi o Cabeça que me contou essa estranha história que começa no próximo parágrafo entre aspas.
“Eu já fui Alguém, assim mesmo, com A maiúsculo. Eu tinha uns dois ou três anos e ainda não me chamavam de Cabeça. Na época, não me chamavam de nada, mesmo assim eu pensava que era o centro do universo. Tudo girava em torno de mim. Todas as pessoas do mundo trabalhavam para mim. Bastava eu berrar um pouco e eu ganhava tudo o que queria. Se eu queria muito, então eu berrava muito, era simples assim. E se eu não quisesse, nada no mundo era superior à minha vontade. O problema todo é que eu não era muito de falar, eu gostava mesmo era de gritar. Isso criava muita confusão porque ninguém na verdade sabia o que é que eu queria, as pessoas tentavam adivinhar mas acabavam perdendo a paciência. Até que um dia minha Mãe, também com maiúscula, matou a charada. Ela fez como nos filmes do Tarzan. Apontou o dedo para mim e disse:
_Alguém quer mingau?
Puutz! Eu adorava mingau. E ser chamado de Alguém fez eu me sentir muito importante e reconhecido. Claro que eu queria. E minha Mãe então disse para todo mundo fazer do mesmo jeito.
_Alguém quer arroz? Mais arroz?
Puutz! Eu adorava arroz. Claro que eu queria. E aquilo se repetiu para um monte de coisas. As pessoas me viam e falavam:
_Alguém quer pudim? Alguém quer pão? Alguém quer feijão? Alguém quer?
E é claro que eu queria, pô. Até que um dia eu fiquei sozinho na sala, onde havia um aquário enorme. Meu Pai morria de ciúmes daquele aquário, eu não podia nem encostar o nariz, muito menos esconder chiclete debaixo dele. Eu tentei, mas fui pego em flagrante. Mas naquela tarde eu conseguiria. Não me lembro mais do que eu fiz, só que dei um jeito de derrubar o aquário e os peixes por toda a sala. Aquilo me deixou encharcado e desesperado, eu sabia que estava frito. Um aquário daqueles custava uma fortuna, dava um trabalho danado para cuidar e acima de tudo, meu Pai amava aqueles peixes que agora pulavam morimbundos no tapete da sala. Mesmo assim, quando ele entrou na sala, voltando do trabalho e me viu ali sentado entre os peixes, eu reuni toda a minha coragem para dizer: _Alguém fez merda! Alguém fez merda!”
Daqui por diante, portanto, só citarei o Cabeça. E Alguém.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Porcada
Muitas pessoas dizem que aprendem com seus erros e insucessos. Eu mesmo sou desse jeito, vivo falando que errar é humano, logo sou um jerico fracassado. Erro um bocado. Dou com os burros n´água. Digo besteira, dou mancada. E aí, se a minha mulher me der uma dica ou um beliscão, sou capaz de perceber onde é que dei um fora e aprender com isso. O difícil é me lembrar, mas eu aprendo. É um exercício diário, ou quase, pois é raro o dia em que coloco a cabeça no travesseiro e não dou uma pancada na testa ao lembrar de uma trapalhada que fiz no final da manhã, no meio da tarde, ou ainda pouco antes de escovar os dentes. Nessa hora, minha mulher se virava compreensiva e me perguntava se por acaso eu não teria nenhuma novidade para contar. Isso mudou um pouco desde que comecei este blog porque agora ela reclama que tudo o que a gente conversa acaba parando na "porcaria do caminho". Mas, em geral, digo que não tenho. Nunca fui de facilitar as coisas, é um erro, eu sei, mas digo para mim mesmo que é só uma característica pitoresca da minha personalidade.
_Ah, qualé? Vai fazer C.D. e não me contar?
_C.D.? Que diabos é C.D.? - eu disse.
_Careca, você tem um blog família, lembra? Não dá para falar todas as siglas.
_C.D. é o mesmo que ânus açucarado?
_Você pode escrever ânus no seu blog?
_Posso, é claro. Posso até descrever um, se eu quiser.
_Ugh!
_Por quê essa cara? Todo mundo tem ânus, oras.
_Mas só você quer escrever sobre isso. Pare. Estou mudando de assunto. Diga lá, qual foi a mancada de hoje? - ela disse.
_Nada demais, nada demais.
_Estou esperando, desembucha logo.
_Não vou dizer. Todo mundo comete erros, sabia? Veja o Filipão, por exemplo. Ele afundou a seleção de Portugal, não foi? Depois deu um empurrãozinho no Palmeiras para a segundona, não é? Pois olha ele lá, na Seleção. Porque todo mundo sabe que agora, depois de errar tanto, ele só poderá acertar, não é mesmo? E o Parreirão? Vem colecionando fracassos sucessivos, naufragou a África do Sul e agora vai ajudar o Filipão, quer dizer, dois errados fazem um acerto, correto?
_Nem aqui, nem na China. E o que isso tem a ver com a sua carecada do dia?
_É assim que você chama? Carecada?
_Às vezes eu também penso em descabelada do dia, mas tenho que estar de bom humor.
_Não foi nada, não foi nada. É que eu me lembrei de um cacófato que eu vivia cometendo, sem querer.
_Qual?
_Porcada. Antigamente, quando eu era redator, eu costumava ter muita coisa para escrever e tinha que ser muito rápido. Às vezes eu simplesmente não conseguia me livrar desse cacófato no texto e tinha que entregar logo o texto para o locutor. Nessas horas, eu costumava orientar o locutor a falar bem pausado, para disfarçar o cacófato, mas não tinha jeito, ficava porcada. Uma vez, o chefe de redação, que era uma besta idiota, entrou no estúdio e arrancou a nota do locutor. Ele transformou a nota num quadrinho e grudou no quadro de avisos da redação, como alerta para os redatores não repetirem o cacófato.
_Que sujeito grosseiro! E o que você fez?
_Ele não era tão mau. E depois daquilo eu passei a me vigiar melhor. Aprendi com o erro, sabe? Nunca mais escrevi uma nota com "por cada".
_Acho que você inventou essa história só para não me contar a sua carecada do dia.
_Caramba, se eu ganhasse um real por cada vez que...
_Ahá!
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Coisas pela metade
Alabama Shakes - I Ain't The Same
À minha direita, no escritório, tenho uma estante repleta de aeromodelos quebrados. Estão sem rodas, hélices, pedaços de asas ou completamente espatifados desde que nos mudamos para a nova casa. A minha idéia inicial era a de reconstruir aos poucos todos os aeromodelos, um a um, fazendo um pouco cada dia. Não consigo deixar de pensar que isso ainda é possível, mas hoje já começo a perceber que essa é uma idéia otimista demais mesmo para os meus padrões superotimistas. Cheguei mesmo a reconstruir dois desses aeromodelos. Um deles era o Fokker triplano do Barão Vermelho. Só é possível encontrá-lo em lojas virtuais megadistantes e super-extorsivas. Meu triplano escorregou da prateleira, ou algo assim, eu o encontrei todo tronxo no primeiro semestre deste ano. O outro modelo foi o Corsair F-14, que montei com capricho em 2006 e que aguentou firme as quedas espanadas até o seu fatídico despedaçamento em abril de 2011, quando o retirei da caixa de mudança. Eu o recompus com cuidado e cola tudo, mas não adiantou, em janeiro deste ano eu o encontrei novamente aos pedaços. Os dois reveses me deixaram desanimado e parei de tentar recompor os aviões aos poucos. Deixei muitos deles pela metade.
Na mesma estante dos aeromodelos guardo o antigo aparelho de som, que ainda não tive coragem de montar. Tenho um receiver Sanyo, um tape-deck(toca-fitas) e o célebre toca-discos SL-3200, ambos da Technics. Tenho umas caixas de som razoáveis e um aparelho compacto da Gradiente que não ligo há dez meses. Em lugar de destaque, na estante, tenho um chapéu Panamá fabricado por virgens equatorianas, presente de aniversário dado pelo meu irmão e também o meu primeiro scanner, a máquina de escrever que meu pai usava e a Cannon - mini-impressora de fotos, que volta e meia quebra um galho.
Talvez seja imprudente fazer uma analogia entre toda essa tranqueira acumulada na estante e a bagunça cheia de pontas soltas em que têm se transformado os meus dias. Mas a verdade é que reduzi as minhas expectativas e também, muito fortemente, as minhas ambições. Quero hoje muito menos coisas do que jamais quis. Por outro lado, as que ainda desejo, jamais as desejei com tanta intensidade.
O mais recente caso
O Prof. Villa em mais um artigo sensacional. Ele também faz o alerta: "O novo passo para sufocar o Judiciário é o projeto, com apoio do PT, que está tramitando na Câmara dos Deputados que retira do Ministério Público o poder investigativo. É uma evidente retaliação."
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Ninguém resiste ao powerpoint com musiquinha
Nova reunião na escola, dessa vez com a professora da minha filha. Ela irá para a terceira série no próximo ano. Juro que tentei, mas acabei sucumbindo ao fatídico powerpoint com musiquinha. Todo mundo sabe que reunião de pais no final do ano é um chororô danado. As professorinhas se debulham, as mães engolem em seco o quanto podem, mas ninguém, ninguém, ninguém resiste ao powerpoint com as melhores fotos do semestre com aquela musiquinha melosa ao fundo. Eu fiquei me beliscando, pisei na minha própria unha encravada, mas não teve jeito, as lágrimas escorreram.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
O terrível comentário secador de blog
Eu tenho uma amiga que nunca vi pessoalmente, mas que considero uma amiga especial. Ela é blogueira como eu, mas muito melhor, muito melhor, e na verdade me sinto como se fosse uma espécie de seguidor dela, no bom sentido de seguidor. Sim, porque às vezes as pessoas que seguem as outras ficam ali, olhando detalhes, procurando defeitos, reparando no jeito que a pessoa vai, mas eu não. Eu sou dos seguidores à moda antiga, daqueles que nem reparam na derriere alheia, apenas sigo humilde e de cabeça baixa, olhando pro chão, a pessoa que vai à frente. Com o maior respeito.
Bom, essa é uma amiga especial pra caramba. Sem os seus comentários, lá no início do blog, acho que nunca mais teria escrito na Internet e nem começado a escrever aqui todos os dias. Ela é excelente, superinteligente e tem um grande senso de humor. Eu sou bem diferente, muitas vezes não tenho humor nenhum e escrevo um monte de besteiras ou coisas que são completamente desprezíveis e chatas. Ela, não. Tem um texto direto, sem frescuras e literatices e consegue dizer muitas coisas com poucas palavras, o que eu sempre acho admirável.
Durante muito tempo, ela escreveu com periodicidade variável, eu estava sempre lá, me deliciava com os textos e caprichava nos comentários, ou pelo menos me esforçava. De qualquer forma, essa minha amiga cibernauta respondia as minhas mensagens e era bem educada, simpática e atenciosa com as respostas. Mas às vezes, logo depois da resposta ao meu comentário, minha amiga ficava um tempão sem postar nada. Aí voltava a postar e eu, que sempre passava pelo blog para conferir se não havia alguma coisa, deixava um comentário qualquer, coisa besta mesmo, porque eu sou ruim pra caramba pra fazer comentário, e pimba, ela ficava um tempão sem postar nada novamente. Quando isso aconteceu pela nona vez, ploft, finalmente caiu a ficha. Pô, tava na cara que as travações bloguísticas dessa minha amiga estavam sendo provocadas pelo meu comentário secador de blog.
Sim, eu já estou nessa história de blog há bastante tempo e o comentário secador de blog existe, não é lenda urbano-cibernética. Eu mesmo já senti o comentário desses na pele, é uma coisa de louco. E muitas vezes nem é culpa da pessoa que comenta, que quase sempre está coberta das melhores intenções e só quer se mostrar simpática com a pessoa que escreve o blog. A verdade é que o comentário secador de blog pode acontecer com qualquer um, em qualquer dia e em qualquer blog, nos blogs bons e espertinhos e até nos blogs pebas como o meu. E por causa disso, não é fácil identificar o comentário secador e, o que é pior, ele pode aparecer no formato duplo carpado, que provoca uma travação de semanas e semanas.
Mas uma vez constatado o problema, o comentarista infectado deve evitar, a qualquer custo, disseminar secadores por aí. O melhor é fazer como os japoneses, que quando estão resfriados tratam logo de colocar máscara e luvas e evitar conversas desnecessárias, especialmente as que podem, ainda que acidentalmente, derrubar outras pessoas. Por isso, estou evitando deixar comentários nos textos cada vez mais bacanas e envolventes que essa amiga voltou a escrever. É só uma medida preventiva.
Bom, essa é uma amiga especial pra caramba. Sem os seus comentários, lá no início do blog, acho que nunca mais teria escrito na Internet e nem começado a escrever aqui todos os dias. Ela é excelente, superinteligente e tem um grande senso de humor. Eu sou bem diferente, muitas vezes não tenho humor nenhum e escrevo um monte de besteiras ou coisas que são completamente desprezíveis e chatas. Ela, não. Tem um texto direto, sem frescuras e literatices e consegue dizer muitas coisas com poucas palavras, o que eu sempre acho admirável.
Durante muito tempo, ela escreveu com periodicidade variável, eu estava sempre lá, me deliciava com os textos e caprichava nos comentários, ou pelo menos me esforçava. De qualquer forma, essa minha amiga cibernauta respondia as minhas mensagens e era bem educada, simpática e atenciosa com as respostas. Mas às vezes, logo depois da resposta ao meu comentário, minha amiga ficava um tempão sem postar nada. Aí voltava a postar e eu, que sempre passava pelo blog para conferir se não havia alguma coisa, deixava um comentário qualquer, coisa besta mesmo, porque eu sou ruim pra caramba pra fazer comentário, e pimba, ela ficava um tempão sem postar nada novamente. Quando isso aconteceu pela nona vez, ploft, finalmente caiu a ficha. Pô, tava na cara que as travações bloguísticas dessa minha amiga estavam sendo provocadas pelo meu comentário secador de blog.
Sim, eu já estou nessa história de blog há bastante tempo e o comentário secador de blog existe, não é lenda urbano-cibernética. Eu mesmo já senti o comentário desses na pele, é uma coisa de louco. E muitas vezes nem é culpa da pessoa que comenta, que quase sempre está coberta das melhores intenções e só quer se mostrar simpática com a pessoa que escreve o blog. A verdade é que o comentário secador de blog pode acontecer com qualquer um, em qualquer dia e em qualquer blog, nos blogs bons e espertinhos e até nos blogs pebas como o meu. E por causa disso, não é fácil identificar o comentário secador e, o que é pior, ele pode aparecer no formato duplo carpado, que provoca uma travação de semanas e semanas.
Mas uma vez constatado o problema, o comentarista infectado deve evitar, a qualquer custo, disseminar secadores por aí. O melhor é fazer como os japoneses, que quando estão resfriados tratam logo de colocar máscara e luvas e evitar conversas desnecessárias, especialmente as que podem, ainda que acidentalmente, derrubar outras pessoas. Por isso, estou evitando deixar comentários nos textos cada vez mais bacanas e envolventes que essa amiga voltou a escrever. É só uma medida preventiva.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Ganhamos um hamster
A família será aumentada até a próxima segunda-feira com a chegada de um novo membro, um hamster que meu filho ganhou num sorteio na escola. No quarto ano, os alunos escolhem um animal de estimação para a sala e passam dois semestres a cuidar do bicho. A turma do meu filho escolheu um hamster, que acreditavam ser um legítimo representante do sexo masculino e por isso devidamente batizado com um nome de homem, Juscelino, uma singela homenagem ao presidente que inventou Brasília. No meio do ano, alguma coisa aconteceu e descobriu-se que Juscelino não era o que aparentava, era fêmea e estava prenha. As crianças não hesitaram, mudaram o nome do hamster para Sara, numa bela homenagem à mulher do presidente que inventou Brasília. Logo, logo, Sara pariu sete hamsterzinhos. Mas alguém se esqueceu de dar comida para Sara, que teve depressão pós parto e desenvolveu uma agressividade canibal faminta sobre os filhotes que foram sendo mutilados e reduzidos em número até a decisão do sorteio do sobrevivente, que aconteceu hoje.
Na reunião de segunda-feira, só depois é que me lembrei, a professorinha falou alguma coisa sobre enviar mensagem por e-mail quem não quisesse ficar com o hamster. Pelo menos metade dos presentes deixaram claro que não eram contrários a ficar com animais de estimação, mas hamsters estavam fora de cogitação. Eu não tenho desculpa, esqueci total de mandar o e-mail.
Por isso não fiquei surpreso quando o meu filho me contou como foi o sorteio.
_Pai, eu tive uma sorte danada, você nem imagina. Pra começar, duas meninas tiraram o hamster, mas as mães delas não deixaram. Depois a professora tirou o Rogério, mas ele já vai cuidar da Sara durante as férias, então não valeu. Aí a professora tirou outra menina, pai, mas a mãe dela também não deixava então a professora teve que fazer um outro sorteio, imagina. Aí, quando eu já estava desistindo, a professora disse que dessa vez tinha tirado um me-ni-no e toda a galera da sala ficou vibrando, uuuuuuuhhhhh. E depois a professora falou que o menino sorteado tinha cabelo comprido e eu, nossa, será que é verdade? Será que sou eu? Mas tem um monte de menino cabeludo na sala e a gente berrou muito, pai. E por último ela disse que tinha sido eu, nossa, eu nem acreditei. Será que eu posso ficar com ele, pai?
Eu disse sim, é claro.
_Mas antes de comemorar, confira com a sua mãe se não há nenhum problema. Se ela concordar, existem algumas condições. Você será responsável pelo hamster. Eu não vou limpar gaiola, não vou alimentá-lo e nem verificar se ele está com água suficiente ou se está se exercitando. Sua mãe e a Rose também não vão fazer isso. Cuidar dele será sua obrigação. Já cuidamos do Rafa e da Beta, não vamos cuidar de outro bicho. Outra coisa: o Rafa come hamsters, então tome cuidado com ele. Ele vai sentir o cheiro do hamster e ficar de tocaia. Se você se descuidar, ele vai caçar o ratinho. E os hamsters são frágeis, se você ficar pegando muito ele vai morrer depressa. Então, se a sua mãe deixar e se você concordar com isso, o hamster será bem-vindo.
E quando minha mulher chegou do trabalho, o menino foi correndo perguntar se havia algum problema.
_Você está brincando, não é? É brincadeira. Ninguém ganhou hamster nenhum.
_É sério, mãe.
_Tá, sei. Boa piada. E seu pai e sua irmã estão nessa com você.
_Não é brincadeira, mãe, eu ganhei no sorteio.
E então ele contou novamente como foi a coisa, dessa vez com mais interjeições e caretas.
Minha mulher deixou, mas fez uma proposta oblíqua para que o hamster ficasse com a gente por apenas três meses. Depois desse período o bicho seria doado para a turma da minha filha, que também tinha um hamster, mas o coitado não conseguiu sobreviver. O menino resistiu fortemente à idéia. E já escolheu o nome do hamster. Se for "homem", vai se chamar Filé.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Tsunami ou marolinha
Eu e a minha mulher fomos hoje à reunião com os pais na escola. Não abrimos a boca. Não é a melhor escola do mundo, mas também não é a pior. As crianças gostam de ir para as aulas, aprendem tudo rapidamente, têm bons amigos e amigas e não apresentam maiores dificuldades. Além disso, a escola fica a dois minutos de casa. Desconfio que estejamos acomodados e nem um pouco preocupados em lutar por uma melhor qualidade de ensino. Ela talvez até exista, mas não podemos pagar, é simples. Alguns pais ensaiaram críticas, deram testemunhos ou corroboraram enfaticamente o discurso pedagógico da professora e da diretora da escola, mas prestei pouca atenção. Estou um pouco cansado de ouvir as mesmas coisas. As cotas instituídas disso e daquilo corromperam a minha noção da escala de mérito, a verdade é que a educação deixou de ser reverenciada e passou a ser encarada como um serviço qualquer. Então eu encaro. Quando esse serviço é prestado por funcionários do governo, ele tende a ser ruim. Quando é prestado por particulares, tende a ser um pouco melhor, embora ainda seja desproporcional em relação ao seu alto custo. De qualquer forma, estamos reféns de um ou de outro e pagamos caro por ambos. A professorinha falou um bocado sobre os bons serviços prestados, mas a verdade é que deixou muito a desejar em diversos aspectos. Entretanto, qual é a alternativa que temos? Procurar uma nova escola e correr novos riscos no próximo ano? Nem pensar. Vamos continuar onde estamos.
Uma coisa me impressionou durante a reunião. No meio do palavrório de educador, a diretora da escola inseriu um pequeno discurso dizendo que estamos sendo diariamente bombardeados por notícias e informações negativas e que a escola também representava um baluarte contra a onda negativa. Tsunami ou marolinha? Tive vontade de rir. Vivo numa rua tranquila, as pessoas daqui não têm vida noturna. Todo mundo se preocupa com segurança. Todo mundo se preocupa com saúde. E todo mundo está apreensivo. Dezembro ainda nem começou mas o ano que vem parece estar virando a esquina. E não é que eu seja pessimista, mas nunca foi marolinha.
Uma coisa me impressionou durante a reunião. No meio do palavrório de educador, a diretora da escola inseriu um pequeno discurso dizendo que estamos sendo diariamente bombardeados por notícias e informações negativas e que a escola também representava um baluarte contra a onda negativa. Tsunami ou marolinha? Tive vontade de rir. Vivo numa rua tranquila, as pessoas daqui não têm vida noturna. Todo mundo se preocupa com segurança. Todo mundo se preocupa com saúde. E todo mundo está apreensivo. Dezembro ainda nem começou mas o ano que vem parece estar virando a esquina. E não é que eu seja pessimista, mas nunca foi marolinha.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Todos os dias
Todos os dias de escola eu acordo às seis da manhã. Com o horário de verão, ainda está bem escuro e quase sempre chove. Desde que os apagões começaram, há uns seis anos, uso um telefone celular e o meu velho rádio despertador para acordar no horário. Em geral, só o telefone toca na hora marcado, o rádio fica piscando um número qualquer da madrugada. Acordo as crianças meia hora depois e as ajudo a se vestir e arrumar as camas. Sou um chato metódico e acredito que posso ser uma fonte de estímulo positivo para o impulso de organização das crianças ajudando-as a deixar o quarto sempre arrumado, até mesmo antes de ir para a escola. Todos os dias também digo a elas para escovar os dentes com cuidado e também para pentear o cabelo. Às vezes é preciso pentear o cabelo de um deles ou dos dois. Também é preciso pedir para que escovem novamente. Eu os ajudo com os uniformes e os calçados. Houve um tempo em que era impossível encontrar meias para a dupla, mas resolvi o problema com vários pacotes delas comprados numa promoção relâmpago do supermercado. Às dez pras sete estamos todos à mesa. Em geral, há uma fruta para cada criança, nescau, leite frio, leite quente e café para os adultos. Eu gosto de meia chávena de café com um pouco de leite e prefiro um bom pão francês com manteiga derretida no forno elétrico. Mas antes, para evitar protestos latidos, sempre lavo as vasilhas de água e comida do Rafa para sua primeira refeição do dia. As crianças tagarelam um bocado. Minha filha emenda perguntas sem parar e meu filho gosta de falar as coisas curiosas que aprende sobre os animais, dinossauros ou videogames que gosta. E porque os dois tagarelam um bocado, de vez em quando nós mudamos de assunto e pedimos pressa. Mas não adianta. Eles acordam sempre felizes e animados e não há nada que os impeça de falar sobre seus sonhos e fantasias. E não é raro que eu me deixe inebriar por essa tagarelice, falando eu também do tempo em que era criança e a vida era tão simples quanto acordar e ir para a escola. Mas não deveria, estamos sempre chegando atrasados.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Cobrança indevida
Passei três horas da tarde de hoje numa secretaria de governo, esperando ser atendido para protocolar uma resposta clara e objetiva de que já havia pagado os impostos que estavam me cobrando com juros e multa. O povo brasileiro é paciente, eu também. Durante as três horas de espera pude terminar de ler Argo, o livro em que se baseia a história do novo filme de Ben Afleck. A sala estava lotada de brasileiros como eu e quase todos, inclusive, com o mesmo problema de cobrança indevida. As mulheres predominavam. Havia pelo menos 150 pessoas esperando sentadas e mais de vinte mesas de atendimento. Pelo menos 80% eram mulheres. Quando cheguei olhei para o grande painel de senhas e descobri que havia 69 pessoas na minha frente para tratar exatamente da tal cobrança indevida. Ao meu lado, um sujeito ficou puxando conversa com uma moça loura e bonita sobre as cópias autenticadas que ela estava levando. A moça disse que já havia trabalhado em sindicato e não estava ali pra perder viagem. Então ela simplesmente autenticou num cartório de notas todas as folhas que estava apresentando.
_Até a identidade? - disse o sujeito.
_Principalmente a identidade - disse a moça.
O sujeito disse que ninguém era mais obrigado a apresentar cópia autenticada de identidade. Mentalmente eu pensei que aquele não era um bom movimento, mas já era tarde para o pobre rapaz.
_É só apresentar o original junto. A pessoa compara na hora.
_Hum, hum. Sei - disse a moça, com grande ênfase numa sobrancelha levantada que significava "não seja Mané, seu otário!", mas o sujeito não percebeu.
_É verdade. Isso foi definido por um antigo figurão da República, o antigo ministro da desburocratização, Hélio Beltrão.
_Hum-hum. Tá. Conta outra.
_É sério. Isso faz tempo, mas continua valendo. Beltrão provou que o cidadão perdia muito tempo e dinheiro com idas ao cartório para tirar cópias da identidade que iria apresentar em repartições públicas do governo, ao reclamar de erros ou exigir a prestação de serviços do próprio. Quer ver? Pergunta pro cidadão ao seu lado.
Era eu, o cidadão ao lado. Foquei o infinito e tirei os óculos, por precaução e para não dar qualquer margem a que me colocassem naquele papo chato. Detesto conversas didáticas. E certamente aquilo era didático pacas.
_O senhor trouxe cópia autenticada ou só aquela xerox simplezinha, mequetrefe? - disse a moça.
_Acho que a minha é bem mequetrefe - eu disse.
_Com licença - disse a moça se levantando em busca de outro lugar.
O sujeito, que devia ter uns trinta anos, ficou falando sozinho por alguns segundos.
_Mas é verdade. As pessoas se esquecem depressa demais - ele disse ao meu lado.
Voltei para Argo. Acho que o filme será um grande sucesso. Lá fora caía uma chuva torrencial, dava para escutar o forte barulho do aguaceiro. Quando fui atendido, a mulher não exigiu cópia autenticada da identidade. Um avanço, sem sombra de dúvida. Entretanto, sem sequer ter olhado para qualquer das folhas que eu apresentava, a atendente disse que certamente meu pedido de cancelamento da multa seria indeferido.
_In-de-fe-ri-do! - ela disse, enquanto sublinhava cada sílaba com uma carimbada nas folhas do meu requerimento.
Fiquei perplexo, é óbvio. Olhei para o lado e lá estava a moça das cópias de identidade autenticadas. Ela me olhava com um sorriso superior estampado no rosto e certamente deve ter ouvido a atendente dizer que o meu requerimento seria indeferido. Mas nem mesmo ela poderia ter imaginado que as cópias mequetrefes eram tão burocraticamente desprezíveis.
_Até a identidade? - disse o sujeito.
_Principalmente a identidade - disse a moça.
O sujeito disse que ninguém era mais obrigado a apresentar cópia autenticada de identidade. Mentalmente eu pensei que aquele não era um bom movimento, mas já era tarde para o pobre rapaz.
_É só apresentar o original junto. A pessoa compara na hora.
_Hum, hum. Sei - disse a moça, com grande ênfase numa sobrancelha levantada que significava "não seja Mané, seu otário!", mas o sujeito não percebeu.
_É verdade. Isso foi definido por um antigo figurão da República, o antigo ministro da desburocratização, Hélio Beltrão.
_Hum-hum. Tá. Conta outra.
_É sério. Isso faz tempo, mas continua valendo. Beltrão provou que o cidadão perdia muito tempo e dinheiro com idas ao cartório para tirar cópias da identidade que iria apresentar em repartições públicas do governo, ao reclamar de erros ou exigir a prestação de serviços do próprio. Quer ver? Pergunta pro cidadão ao seu lado.
Era eu, o cidadão ao lado. Foquei o infinito e tirei os óculos, por precaução e para não dar qualquer margem a que me colocassem naquele papo chato. Detesto conversas didáticas. E certamente aquilo era didático pacas.
_O senhor trouxe cópia autenticada ou só aquela xerox simplezinha, mequetrefe? - disse a moça.
_Acho que a minha é bem mequetrefe - eu disse.
_Com licença - disse a moça se levantando em busca de outro lugar.
O sujeito, que devia ter uns trinta anos, ficou falando sozinho por alguns segundos.
_Mas é verdade. As pessoas se esquecem depressa demais - ele disse ao meu lado.
Voltei para Argo. Acho que o filme será um grande sucesso. Lá fora caía uma chuva torrencial, dava para escutar o forte barulho do aguaceiro. Quando fui atendido, a mulher não exigiu cópia autenticada da identidade. Um avanço, sem sombra de dúvida. Entretanto, sem sequer ter olhado para qualquer das folhas que eu apresentava, a atendente disse que certamente meu pedido de cancelamento da multa seria indeferido.
_In-de-fe-ri-do! - ela disse, enquanto sublinhava cada sílaba com uma carimbada nas folhas do meu requerimento.
Fiquei perplexo, é óbvio. Olhei para o lado e lá estava a moça das cópias de identidade autenticadas. Ela me olhava com um sorriso superior estampado no rosto e certamente deve ter ouvido a atendente dizer que o meu requerimento seria indeferido. Mas nem mesmo ela poderia ter imaginado que as cópias mequetrefes eram tão burocraticamente desprezíveis.
domingo, 18 de novembro de 2012
As jabuticabas estão quase no fim
Meu amigo Velho Tom perguntou outro dia como estavam as jabuticabas, mas estive enrolado com uma série de pequenos reparos na casa e acabei me esquecendo de responder. Choveu forte ainda na metade da semana passada e tive que secar o sótão duas vezes. Acho que terei que aplicar uma nova camada de impermeabilizante na parte de cima da casa. Algumas telhas de barro não suportam a variação de temperatura nessa época, o frio intenso e úmido das madrugadas e o sol forte e seco do meio-dia. As mais frágeis trincam. O processo se repete várias vezes e as telhas acabam com rachaduras. Na sequência, uma chuva forte completa o processo e as telhas se quebram. E basta uma telha quebrada durante uma chuvarada para que o sótão se inunde e a água comece a se infiltrar para o teto da minha sala, do escritório e de outros locais da casa. O trabalho não é complicado, mas exige tempo para ser feito. A aplicação do produto é simples, só preciso que tudo esteja limpo no local. Isso é super chato de se fazer porque o teto é baixo e não suporto ficar muito tempo curvado. Mas agora não posso mais postergar a limpeza, dessa semana não passa.
Como esperado, a jabuticabeira não produziu tanto quanto no ano passado, mas mesmo assim enchemos alguns baldes. Agora está quase no fim, só sobraram as que ficam em lugares muito altos. Estranhamente, apesar das caras idiotas de felicidade que eu e minha mulher fazemos comendo jabuticabas, as crianças não ligam a mínima para elas. E também não se importam com cajus, abacates, jambos, jacas, romãs, amoras, goiabas, mangas, mexericas, laranjas, cajás, acerolas, ameixas, caquis e figos que despencam das árvores no quintal dos avós. Meu filho só gosta de maçãs e peras. Minha filha só come bananas.
Tentei convencê-los a experimentar coisas novas. Eu disse que minha mãe colocava o chinelo em cima da mesa e bastava isso para me convencer a experimentar o máximo de coisas novas que eu pudesse.
_Mas pai, nós somos diferentes, isso não funcionar.
Então eu falei sobre o Tio Moa.
_O Tio Moa está chegando aos 50 e só come arroz, feijão, batata frita e bife sem cebola. Alguém já viu ele comer outra coisa? Não! Nunca! Jamais! Porque ele, desde menino nunca quis experimentar mais nada. A mãe dele, a Dona Cândida, vivia fazendo promessa pra ele experimentar outra coisa, comer um tomate, macarrão, xuxu, abobrinha, frango. Mas nada. O Tio Moa só queria saber de fritas e bife, arroz e feijão. Um dia, depois de uma novena inteira e de rezar duas semanas ajoelhada em cima de milho, a D. Cândida resolveu que era hora de apelar. Ela encheu o prato do Tio Moa de alface, cenoura, tomate, cebola, agrião, rúcula, azeitona e disse que enquanto ele não comesse tudo o que tinha no prato não poderia se levantar. As horas foram passando, passando, passando e nada do Tio Moa experimentar o que tinha no prato. Então a D. Cândida pegou a salada do prato do Tio Moa, colocou no liquidificador com meio copo dágua e bateu tudo até transformar a salada em suco. E o Tio Moa só teve permissão para se levantar depois de ter tomado aquele copão de salada suco. Isso durou um tempão. Todos os dias a D. Cândida...
_Mas pai, isso não adiantou, o Tio Moa não come salada até hoje!
_Mas vocês são diferentes, talvez valha a pena experimentar...
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
domingo, 11 de novembro de 2012
Tempos sombrios
A milésima pastagem do Prof. Villa é um gol de placa sobre os tempos sombrios que vivemos.
sábado, 3 de novembro de 2012
Manutenção à vista
Odetta - Hit Or Miss
Os últimos apagões detonaram com o alarme e o porteiro eletrônico da casa. À noite, tiro os equipamentos da tomada. Aproveito um pouco da água da chuva na piscina. Mas chouveu demais e na noite de quarta para quinta-feira a piscina transbordou. O piscineiro joga muita água fora, então na sexta tudo já estava normal. Mas de ontem para hoje voltou a chover muito e a piscina voltou a transbordar. Fiz um pequeno sifão para deixá-la com o nível da água três dedos abaixo da borda. Fiz uma pequena vistoria na casa e descobri cinco telhas partidas. O porteiro eletrônico entrou em curto circuito e tive que desligá-lo. Acho que o problema não foi só a chuva. Já ouvi histórias fantásticas de problemas com o porteiro eletrônico. Um vizinho ficou com o dele sem funcionar e sem perspectiva de conserto por alguns dias. Até que um técnico resolveu trocar todos os cabos. Descobriu uma pequena largatixa eletrocutada num dos cabos elétricos. Um outro teve problemas porque as formigas construíram parte do ninho num dos tubos. O ácido fórmico derreteu a proteção e o sistema entrou em curto. No meu caso, estou apostando numa combinação de muita chuva com formiga e largatixa eletrocutada. A temporada de manutenção recomeça na próxima semana.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Novo 007
SUMMERTIME — DIONNE WARWICK
Fui ver o novo 007. Bacana, bacana. Mas, para mim, o melhor ainda é Cassino Royale.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Regras do tablet
"Is There Anybody Out There?"
Uma hora e meia para colocar o IPAD do jeito que as crianças queriam, com ID Apple e o escambau. Mas antes fiz um discurso de meia hora sobre usar o computador com cuidado e sem brigas. Fiz um discurso solene para evitar que o equipamento ficasse perto de sujeira, líquidos e, principalmente, jamais cometer o ato estúpido de puxar o Ipad da mão do outro. Sugeri uma divisão da semana, com três dias de IPAD para cada um com um dia livre, em que nenhum dos dois chegasse perto do computador. Também disse para que usassem o aparelho para aprender alguma coisa e não somente para brincar. E depois sugeri que brincassem de coisas que valesse a pena aprender.
Às vezes até eu fico de saco cheio de mim mesmo.
A volta do perfeito fracassado
Mark Knopfler - Brothers in arms
Artigo do Prof. Eduardo de Carvalho Andrade, dica do Selva Brasilis.
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