O governador em exercício que não teve nenhum voto decidiu que um estádio de 700 milhões de reais, com capacidade para 70 mil pessoas, deverá ser construído.
A capital do país possui um atendimento médico deficiente: a rede pública não dá conta da demanda e a rede particular se esbalda em preços exorbitantes. Para complicar, os aprovados em concursos públicos para os hospitais não assumem as vagas porque sabem que encontrarão péssimas condições de trabalho. Falta de tudo porque o gerenciamento é feito nas coxas, para que só seja possível comprar e contratar emergencialmente, evitando as complicações da lei de licitações.
Quem tem plano de saúde paga uma nota preta todo mês mas não consegue se ver livre das filas. Quem precisa e pode, na hora do aperto se manda para São Paulo.
A capital do país tem uma enorme rede pública de ensino. Mas quem tem um mínimo de juízo matricula as crianças em caríssimas escolas particulares. Para curso superior, todo mundo quer mesmo é mandar os filhos estudar na América ou Europa.
A capital do país também é a capital mundial dos policiais nos quartéis. Milhares de PMs passam nos concorridíssimos concursos, mas são inaptos para o trabalho nas ruas. Eles passam o dia cuidando de papéis. A bandidagem se esbalda.
Toda a grana para os gastos com saúde, educação e segurança no Distrito Federal vem dos cofres da União.
O dinheiro dos gordos impostos pagos pelos brasilienses poderiam ser investidos inteiramente em infraestrutura. Mas temos um metrô que não atende a 10% da população, um transporte público caro e ineficiente, e milhares e milhares de carros nas ruas de Brasília. Não existe estacionamento para tanto carro e de vez em quando o governador que não teve nenhum voto resolve mostrar serviço. Daí ele tira um monte de PMs dos quartéis e coloca para guinchar carros e aplicar multas.
As obras de infraestrutura demoram anos a serem concluídas. Quando o governador que foi preso ainda governava, uma pista de menos de dois quilômetros demorou 16 meses para ser asfaltada. A pista passa em frente a um dos maiores shoppings da cidade. Não é área residencial. E poderia ter sido feita em muito, muito menos tempo. O atual governador, que não teve nenhum voto, também é um campeão em longevidade operística. Um trecho da ligação BSB-Taguatinga deve completar os 24 meses de espera por conclusão sob a sua batuta, que começou em março.
Essa é a capital do país. Não tenho nenhum candidato ao governo local. Acho que a representação política local não está fazendo jus aos enormes gastos que temos para sustentá-la.
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