sexta-feira, 1 de outubro de 2010

F... e mal pagos

Lei não pode retroagir. Se o nosso glorioso Supremo tivesse derrubado esse princípio iríamos chafurdar no caos até o final dos tempos. Porque na seqüência, seriam “descobertas” prestações de contas faltosas e delitos em maior ou menor grau de todos os políticos que não praticassem a genuflexão, a dobradura de coluna e a felação dos poderosos donos da situação. Estivemos bem perto disso. Estamos andando na borda da navalha há algum tempo.

As melhores intenções podem gerar efeitos perversos. É por isso que se diz que o inferno está cheio delas. Por aqui, convivemos com um monte. Pouco ainda se fala do gigantesco escândalo da semana passada, quando se descobriu que envelopes de propina de repente apareciam em gavetas no PP. Da semana anterior, quando foram revelados fatos sobre as taxas de sucesso cobradas por filhos, irmãos, tios, sobrinhos, bisavôs, avós, primos, parceiro de truco, cupinchas, asseclas e apaniguados de uma ex-ministra, fala-se menos ainda. Do gigantesco escândalo dessa semana, quando um genro de ministro negocia no maior descaramento a conduta e o voto do pai da mulher (que é sócia do marido), pouco se falará.

Pulamos de um escândalo para outro. As referências positivas se perderam. Estamos sem reserva moral. Nenhuma instituição nos protege. O último e supremo guardião da lei é o primeiro a querer temperar a legislação. Estamos f... e mal pagos. Giba solta palavrão. Até o Galinho jogou a toalha.

No domingo, como vaticinou Augusto Nunes com o texto brilhante de sempre, votarei na democracia.

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